O visível e o sonoro: o som e a montagem no cinema de Walter Murch

Desde suas primeiras experimentações no início da história no cinema a criação sonora cinematográfica viu muito progresso, entretanto ainda há muito o que ser explorado quando se trata de sound design. O presente trabalho abordará não só o poder narrativo do som no cinema, como também a forma com que a criação sonora influencia e é influenciada pelas outras facetas da produção cinematográfica, principalmente a montagem. Após uma contextualização sobre algumas das mais marcantes características do som e sua posição no cenário audiovisual contemporâneo, é feita uma reflexão acerca dos possíveis motivos que acarretaram a percepção do cinema como uma mídia primariamente visual. Em seguida, são exploradas algumas aplicações práticas da criação sonora em obras audiovisuais, com maior foco naquelas que envolvem som e montagem. Por fim, para ilustrar os conceitos abordados ao longo do texto, é visitado como referência o trabalho de desenho de som e de montagem de Walter Murch, através da análise do filme A Conversação (Francis Ford Coppola, 1974).Since its first experimentation in the early history of cinema, cinematographic sound creation has seen a lot of progress, however there is still much to be explored when it comes to sound design. The present work will address not only the narrative power of sound in cinema, but also the way in which sound creation influences and is influenced by other facets of film production, especially editing. After contextualizing some of the most striking features of sound and its position in the contemporary audiovisual scenario, a reflection is made on the possible reasons that led to the perception of cinema as a primarily visual medium. Then, some practical applications of sound creation in audiovisual works are explored, with a greater focus on those involving sound and editing. Finally, to illustrate the concepts discussed throughout the text, the work of sound design and montage by Walter Murch is visited as a reference, through the analysis of the film The Conversation (Francis Ford Coppola, 1974).7