A caixa das memórias do grupo vermelho: narrativas na educação infantil.

O presente trabalho nasce da realidade de uma professora de Educação Infantil, que tem nas suas memórias e nas memórias que a entrelaçaram a perspectiva de ser uma pesquisadora. É o resultado de diversos encontros, os quais que se iniciaram há muitos anos, no início da minha história, e foram se ampliando pelos caminhos que trilhei e que de alguma maneira me trouxeram a este estudo. Tendo como intenção discutir as relações que envolvem narrativa e infância, propomos refletir sobre as trocas cotidianas que ocorrem entre as conversas realizadas por um grupo de crianças composto por diferentes idades, que aqui chamaremos de grupo multi- idade, assim como dito por Mata (2015), o Grupo Vermelho da Educação Infantil do Colégio Universitário Geraldo Reis da Universidade Federal Fluminense (EIUFF). O estudo teve como embasamento as pesquisas do cotidiano, unindo-se à realidade de uma nova forma de pensar a pedagogia, por meio das reflexões que emergem da Pedagogia Social. Campo esse que, assim como pensado por Silva (2009), traz uma nova forma de ver o aprender e ensinar que vai além do que é meramente classificável e aceitável. Dessa forma, trilhamos nossos estudos buscando perceber o quanto as narrativas de memória, realizadas por grupos tão heterogêneos dentro da infância, podem provocar ações que produzam autonomia e dialoguem com a formação da identidade de forma a tecer um conhecimento humano e social para a vida das crianças. Em uma pesquisa autobiográfica, são narradas as diversas vozes do Grupo Vermelho, formado por quinze crianças e seis adultos, que compartilharam memórias e construíram outras tantas. E, partindo dessas memórias, formaram-se enquanto grupo, construíram conhecimento, pesquisaram e aprenderam. Dessas vivências, surge esta pesquisa, e no cotidiano do Grupo Vermelho ela se inicia, realiza-se e termina deixando algumas perguntas para o futuroThe present work is born from the reality of a teacher of Early Childhood Education, who has in her memories and in the memories that intertwined her the perspective of being a researcher. It is the result of several meetings, meetings that began many years ago, at the beginning of my history and have been expanding along the paths that I have followed and that somehow brought me to this study. With the intention of discussing the relationships that involve narrative and childhood, we propose to reflect on the daily exchanges that take place between conversations held by a group of children composed of different ages, which we will call here a multi-age group, as stated by Mata (2015), the red group of Early Childhood Education of the Colégio Universitário Geraldo Reis of the Universidade Federal Fluminense (EIUFF). The research, based on the research of everyday life, joins the reality of a new way of thinking about pedagogy, through the reflections that emerge from Social Pedagogy. This field, as thought by Silva (2009), brings a new way of seeing learning and teaching that goes beyond what is merely classifiable and acceptable. Thus, we walked our studies trying to understand how the narratives of memory, carried out by such heterogeneous groups in childhood, can provoke actions that produce autonomy and dialogue with the formation of identity in order to weave a human and social knowledge for life. of children. In an autobiographical research I narrate the various voices of the Red Group, formed by fifteen children and six adults, who shared memories and built many others. And from these memories they formed as a group, built knowledge, researched and learned. This research emerges from these experiences, and in the daily life of the Red Group it begins, takes place and ends, leaving some questions for the future145