Representações de crianças em situação de rua na literatura brasileira do século XVI ao XX: travessias de um campo em (des)construção

O presente artigo tem como objetivo analisar a representação da criança em condição de vulnerabilidade social na literatura brasileira, abordando personagens que enfrentam a marginalização e a falta de moradia. Realizamos uma pesquisa bibliográfica que discute a infância sob diversas perspectivas, traçando um histórico das crianças em situação de carência e desabrigo, retratadas por autores renomados selecionados para compor o corpus de pesquisa. A literatura brasileira sempre se engajou nas questões sociais de cada época, sendo evidente em obras como A Escrava Isaura de Bernardo Guimarães, Memórias Póstumas de Brás Cubas de Machado de Assis, O Cortiço de Aluísio de Azevedo, Capitães da Areia de Jorge Amado e Grande Sertão Veredas de Guimarães Rosa. As obras analisadas retratam os chamados "excluídos" da sociedade, pessoas marginalizadas e muitas vezes desprovidas de documentos ou um lar, consideradas praticamente inexistentes. Nesse sentido, o presente trabalho tem como aporte teórico autores como Machado (2006), Kramer (2003), Polinésio (1994), e o documento do Estatuto da Criança e do Adolescente (1990). Portanto, as crianças brasileiras em situação de rua, por séculos ignoradas, têm agora despertado a atenção da sociedade, que não pode mais se dar ao luxo de ignorar essa problemática