A reforma do ensino médio em escolas de assentamentos em Santa Catarina: contexto, estranhamentos e ressignificações

O presente artigo analisa os primeiros passos de implantação da Reforma do Ensino Médio em Santa Catarina, buscando ressaltar estranhamentos e ressignificações no âmbito de escolas de assentamentos, cujas experiências pedagógicas estão ancoradas nos pressupostos da pedagogia do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra. Metodologicamente, buscou-se subsídios na abordagem do Ciclo de Políticas, na análise de conteúdos de documentos oficiais selecionados e de registros no ciberespaço, assim como na pesquisa narrativa. Argumentamos que, no referido estado, tem se constituído um território-rede de influência-empreendimentos acerca da reforma supramencionada, composto por parcerias entre o poder público, a iniciativa privada e filantrópica. Está em curso um processo de redesenho da oferta deste nível de ensino, o que engloba flexibilização curricular, mergulho na pedagogia das competências, protagonismo das juventudes, oferta de ensino a distância, possibilidade de parcerias e formação voltada para o desenvolvimento de projetos de vida. No entanto, apontaremos que não se trata de um processo marcado por alinhamento perfeito, uma vez que escolas de assentamentos da reforma agrária têm atuado em defesa de seus legados pedagógicos