Situação Epidemiológica da Covid-19 na Região da Transamazônica e Xingu

A COVID-19 é uma doença causada pelo novo coronavírus, denominado SARS-CoV-2, identificada em Wuhan, província da China, em dezembro de 2019. A elevada capacidade de transmissão do vírus propiciou a sua acelerada disseminação em âmbito mundial, de modo a ocasionar, até o início de abril de 2021, o adoecimento de mais de 136 milhões e o óbito de mais de 2,9 milhões de pessoas (OPAS, 2021; WHO, 2021). O conhecimento sobre a evolução clínica, tratamento e prevenção da COVID-19 evoluiu significativamente desde o seu surgimento. O uso de máscaras, distanciamento social e higiene das mãos são ainda a melhor maneira de conter a disseminação do novo coronavírus. A vacina, uma das formas mais eficazes para controle efetivo da pandemia com o menor custo humano, surgiu no segundo semestre de 2020, e seu uso foi iniciado em dezembro do mesmo ano em países como Israel, Reino Unido e Rússia. Em 17 de janeiro de 2021 a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) aprovou o uso emergencial das vacinas Coronavac e Astra-Zeneca no Brasil. Concomitantemente ao início da vacinação, o mundo todo passava por uma segunda onda de novos casos e de óbitos por COVID-19. Os países que investiram maciçamente na vacinação vêm apresentando expressiva redução no número de casos e óbitos. No dia08 de abril, apenas 11,7% dos brasileiros haviam recebido ao menos uma dose da vacina contra COVID-19 (ANVISA, 2021; CHU et al., 2020; FERRETI et al., 2020; OPAS, 2021; VICENTE et al., 2020; OUR WORLD IN DATA, 2021; WORLDOMETER, 2021). O Brasil é o terceiro país do mundo com o maior número de casos de COVID-19 e o segundo com o maior número de mortes. Entre os 98 países avaliados pelo Lowy Institute de Sydnei, Austrália, o Brasil ficou em último lugar como o país de pior desempenho na gestão da pandemia. Até o dia 08 de abril de 2021, o país atingia a marca expressiva de 13.400.000 casos de COVID-19 e mais de 351.000 óbitos causados pela doença, sendo responsável por 21% das mortes registradas no mundo inteiro entre os dias 7 e 14 de março deste ano. Apresenta incidência de 6415,5 casos por 100 mil habitantes, letalidade de 2,6 e mortalidade de 168,0. A Região Norte concentra 1.408.510 dos casos e 34.379 óbitos e sua mortalidade de 186,5 já supera a marca nacional. O Pará acumula 437.805 casos e 11.200 mortes. Na região do Xingu, da qual trata este relatório científico, observou-se uma estabilização do número de casos da doença em um baixo patamar até o início de dezembro de 2020. Em seguida, houve notável ascensão desses indicadores, evidenciada pela pressão nos serviços de saúde, estimulando a ampliação de leitos no hospital de referência da região desde 10 de janeiro de 2021. Atualmente, a região vive um grave aumento de casos, chegando à ocupação total de leitos de UTI disponíveis. Neste contexto, este grupo possui os objetivos de analisar a situação epidemiológica da doença na região e de fornecer embasamento teórico aos órgãos responsáveis para o planejamento de medidas de saúde pública e enfrentamento da pandemia em âmbito local