MODELOS OBJETIVOS DE SUBJETIVIDADE. A EXPERIÊNCIA DO AMBIENTE URBANO A PARTIR DAS INTERFACES DIGITAIS

Life in the cities of the beginning of the 21st century requires the transit between several technical layers that constitute the informational infrastructure present in the urban spaces. The modes of interaction and perception of these spaces are mediated by data generated by us and by computer systems considered "intelligent". From these data and using diverse digital interfaces, we live a continuous flow of adaptation of our subjective experience in the urban environment. Intelligent systems are in charge of operationalizing the collection, processing and analysis of these data. However, the arguments that encourage the adoption of intelligent systems suggest that such decision-making and adaptive processes would be objective, minimizing the uncertainty inherent in artificial intelligence models. We discuss the ways of building realities in the urban environment based on data, comparing the subjective intelligence of citizens and the desired objective intelligence for systems. Thus, we approach theories about human cognitive functioning in the interaction with information available in the environment, parallel to the fundamentals of machine learning based on the same types of information. Next, we discuss how human beings and systems construct their respective "realities" from that information, considering the subjectivity of human experience and the uncertainty of computational models. Finally, we relate the subjects discussed with examples of artistic practices occupied in discussing the relationship between data, subjectivity and objectivity of people in urban environments. A vida nas cidades do início do século XXI requer o trânsito entre diversas camadas técnicas que constituem a infraestrutura informacional presente nos espaços urbanos. Os modos de interação e percepção desses espaços são mediados a partir de dados gerados por nós e por sistemas computacionais considerados "inteligentes". A partir desses dados e utilizando interfaces digitais diversas, vivemos um fluxo contínuo de adaptação de nossa experiência subjetiva no ambiente urbano. Sistemas inteligentes ficam encarregados de operacionalizar a coleta, processamento e análise desses dados. Entretanto, os argumentos que fomentam a adoção dos sistemas inteligentes sugerem que tais processos decisórios e adaptativos seriam objetivos, minimizando a incerteza inerente aos modelos de inteligência artificial. Discutimos os modos de construção de realidades no ambiente urbano baseados em dados, comparando a inteligência subjetiva dos cidadãos e a inteligência objetiva desejada para os sistemas. Assim, abordamos teorias sobre o funcionamento cognitivo humano na interação com informações disponíveis no ambiente, em paralelo a fundamentos da aprendizagem de máquina baseada nos mesmos tipos de informações. Em seguida, discutimos como seres humanos e sistemas constroem suas respectivas “realidades” a partir daquelas informações, considerando a subjetividade da experiência humana e a incerteza dos modelos computacionais. Por fim, relacionamos os assuntos discutidos com exemplos de práticas artísticas ocupadas em discutir a relação entre dados, subjetividade e objetividade das pessoas em ambientes urbanos