Os sertões dos cariris velhos da Parahyba do Norte

Em boa hora vem a lume a obra Os Sertões dos Cariris Velhos da Parahyba do Norte, de Francisco de Assis Batista, obra que requer uma atenção especial dos que irão recepcioná-la pelos anos afora, isto por duas razões: em primeiro lugar, por se tratar de uma obra escrita por um acadêmico para um público leitor não necessariamente acadêmico, advindo daí um texto livre de notas explicativas, de citações ipsis litteris em excesso ou um texto em que o autor, longe de comungar com a máxima da “morte do autor” em certa apreensão hoje considerada de teor pós-moderno - cujo corolário é a tentativa de esvaziamento da ideia de conhecimento verdadeiro associado à intencionalidade autoral, conforme iconoclasta tese de Roland Barthes1 -, dá a sua interpretação e, por conseguinte, oferece uma abordagem verossímel acerca das experiências sociais e humanas focalizadas; em segundo lugar, como a pretensão é atingir um público que extrapola os estritos círculos acadêmicos, trata-se uma obra livre de todo pedantismo no tocante aos usos de um sem-número de categorias históricas e/ou sociológicas ligadas ao universo camponês, a exemplo de “reciprocidade”, “economia moral”, “discurso oculto”, entre outros, haja vista que tais conceitos, além de não formarem um corpo à parte, como costumeiramente acontece nos trabalhos acadêmicos, aparecem aqui de forma muita bem dosada, sem maiores injunções puramente teorizantes