O Museu Mineralógico e Geológico da Universidade de Coimbra (1991-2010), instrumento de ciência, educação e cultura ao serviço da Academia e da comunidade

Herdeiro do Gabinete de História Natural da Faculdade de Filosofia Natural da Universidade de Coimbra, um dos estabelecimentos anexos concebidos no espírito iluminista da reforma pombalina de 1772, o Museu Mineralógico e Geológico, secção do Museu de História Natural da Universidade de Coimbra, personificou, entre 1991 e 2010, o culminar de uma longa tradição de estudos académicos especializados em Mineralogia, Geologia e Arte de Minas, através dos quais se privilegiou o modelo do “museu universitário” vocacionado para o ensino prático e experimental, com base na utilização regular de amostras, modelos, instrumentos e mapas em acervo, como recursos utilizados no método de aprendizagem de futuros bacharéis e licenciados. A passagem desta estrutura para a esfera do novo Museu da Ciência e o afastamento físico e estratégico do Departamento de Ciências da Terra, resultaram nalguma rotura com o passado e esvaziamento desta missão, com desvantagem para a formação de novos alunos e para a ligação, há muito existente, entre docentes, investigadores e coleções. À distância de uma década, o conhecimento histórico deste período em que se empreendeu a reorganização do Museu Mineralógico e Geológico, com destaque para a recriação da “Galeria de Minerais José Bonifácio d’Andrada e Silva”, reaberta ao público em 1995, merece a nossa atenção e reflexão, sob pena de se perder o conhecimento factual e de se deturparem aspetos da verdade histórica