PRÁTICA DE ENSINO DE LITERATURA EM CONTEXTO ESCOLAR RIBEIRINHO DA AMAZÔNIA

Resumo: O presente trabalho consiste na elaboração de uma proposta de ensino voltada ao ensino da literatura em sala de aula, com alunos de turmas do Ensino Fundamental II em escolas nas regiões ribeirinhas da Amazônia. Justifica-se a criação desta proposta a partir das indagações levantadas ao lecionar a disciplina de literatura no contexto escolar ribeirinho, onde pode-se perceber que há pouca infraestrutura e é notória a necessidade de se trabalhar as realidades dos alunos em sala de aula, bem como suas vivências e conhecimentos. Logo, as questões que surgem referem-se a como melhorar o ensino-aprendizagem nessa região e desenvolver um espaço de abertura para o diálogo e troca de aprendizagens dentro de sala. O principal objetivo da proposta é despertar o interesse dos alunos pelas aulas de literatura, por meio do resgate de uma linguagem silenciada, valorizando a diversidade linguística. Para tanto, serão escolhidas três obras para serem apresentadas previamente aos alunos, de forma que eles possam escolher a obra que realmente querem ler e que os professores trabalhem em sala com eles, aumentando o nível de diálogo e interesse dos alunos. Tem-se como opções de obra literária: “Chove nos campos de Cachoeira”, de Dalcídio Jurandir; “A língua de Eulália”, de Marcos Bagno; e “Emília no país da gramática”, de Monteiro Lobato. Dessa forma, evidenciando o surgimento de um discurso de caráter cultural identitário, com realidades específicas e que precisam ser notadas e valorizadas pela escola a partir do resgate de uma diversidade linguística e cultural. A metodologia utilizada neste trabalho é a pesquisa bibliográfica e a utilização de abordagem qualitativa. O referencial teórico traz conceitos de ensino de Freire (1997), Libânio (1994) e Rodrigues (2014). Os resultados visam a contribuição para o repensar dos docentes e suas práticas, sobre como a afirmação das identidades culturais e suas diferenças linguísticas serão capazes de fortalecer a diversidade e enfraquecer a exclusão de alunos em comunidades ribeirinhas