O uso das informações dos setores censitários para estudos intraurbanos de populações indígenas o caso da Região Metropolitana de Belo Horizonte

Os povos indígenas estão entre os segmentos sociais mais marginalizados nos países onde se fazem presentes. Aliado a isso, há uma grande dificuldade de obtenção de dados representativos do contingente indígena nos países latinoamericanos, o que compromete a formulação de políticas voltadas para essas populações. O objetivo deste artigo é avaliar as condições de habitação dos indígenas nas Região Metropolitana de Belo Horizonte com base nas características do entorno dos domicílios a partir dos dados levantados no Censo de 2010. Através de um Índice de condições do entorno (ICE), foram sintetizadas 7 características do entorno dos domicílios: 1) proporção de moradores em ruas sem iluminação pública, (2) proporção de moradores em rua sem pavimentação, (3) proporção de moradores em rua sem boca de lobo, (4) proporção de moradores em rua sem meiofio, (5) proporção de moradores em rua sem calçada, (6) proporção de moradores em rua com esgoto a céu aberto e (7) proporção de moradores em rua com lixo acumulado. Este índice foi espacializado nos setores com características urbanas na RMBH e foi avaliado através de análise de variância (ANOVA) se existe diferença no índice entre: (1) os setores que possuem 10 indigenas ou mais e os demais setores da RMBH e (2) ) os setores que possuem 10 indigenas ou mais e seus setores os vizinhos de segunda ordem (“vizinhos dos vizinhos”). Nossos resultados mostraram que as condições do entorno dos setores que os indígenas vivem é pior em relação aos demais setores urbanos da RMBH, e, dentro dessas, ainda se localizam em espaços desfavoráveis relativamente a seus vizinhos mais próximos