VARIAÇÃO LINGUÍSTICA DO SINAL TANGERINA NO ESTADO DO PARÁ

Resumo: O trabalho em questão tratou de forma breve sobre aspectos que retratam a variação linguística que ocorre internamente na Língua Brasileira de Sinais, tendo como interesse a variação regional e suas motivações para tal modificação. A Libras é uma língua que, assim como as demais, possui parâmetros sintáticos, lexicais, fonéticos e fonológicos, os quais, consequentemente, sofrem variações constantes com o passar dos anos ou de acordo com os falantes de uma sociedade. Assim, muitos sinais de Libras variam linguisticamente em uma mesma região – como o sinal da fruta tangerina, que sofre alterações quanto à mudança de parâmetros como o ponto de articulação (PA), a configuração de mão (CM) e, inclusive, os movimentos (M). A Libras sofreu diversas modificações até tornar-se (recentemente) o segundo idioma oficial do Brasil, a partir da Lei n° 10.436/2002, quando foi reconhecida oficialmente como língua. Tendo em vista a questão problema, procurou-se saber se há variação regional dentro do Estado do Pará e como ela ocorre. Desse modo, a pesquisa se desenvolveu de forma bibliográfica e qualitativa, com base em Capovilla (2001), Dizeu (2006), Arroyo (2009), Oliveira (2014), e Brasil (1996) sobre Cultura Surda, Língua de Sinais e Variação Linguística na Libras, bem como sobre as leis e diretrizes que asseguram o público-alvo. Foi realizado um estudo de caso de caráter exploratório e descritivo com duas pessoas surdas com faixa etária semelhante, porém moradoras de localidades diferentes, uma de Belém e outra de Nova Esperança do Piriá. Através de suas respostas em relação à sinalização do sinal Tangerina, realizando a comparação com o dicionário de Fernando Capovilla, dicionário enciclopédico ilustrado trilíngue da língua de sinais, foi possível analisar a variação regional na Libras. Os registros encontrados no dicionário Capovilla são de suma relevância para a análise corpus do sinal de Tangerina, realizados por surdos de localidades distintas do mesmo Estado. A pesquisa objetivou conhecer variações na Libras, estabelecendo um comparativo entre o sinal da fruta tangerina no Pará. Além disso, identificar quais os fatores que motivam as variações, como a idade, gênero, grau de escolaridade e classe social. O tema em questão contribuirá para melhorar a compreensão sobre as variações fonológicas da Libras, fomentando o campo de pesquisa da área de sociolinguística na comunidade surda. Posto isso, conclui-se que as variações linguísticas acontecem espontaneamente, quando seus falantes sinalizam determinado sinal de maneira diferente, por influência cultural, de geração, conhecimento prévio, situacional, entre outros. Assim, identificou-se algumas diferenças de sinais utilizados pelos Surdos da região em destaque, provando que a Libras é uma língua e que está em constante uso e mudanças, como qualquer outra existente