Ronaldo Fenômeno foi mal na Copa de 1994: do solipsismo governamental (Ronaldo Phenomenon did poorly in the 1994 World Cup: from government solipsism)

Apesar de muita gente repetir como mantra a expressão “querer é poder!”, fazendo supor que haja espaço para resultados obtidos a partir do voluntarismo, a verdade da vida em sociedades complexas evidencia que “poder é querer!”, razão pela qual, da mais comum experiência do cotidiano de todas pessoas, decorre a convicção de que faz-se necessária a descentralização do poder, a distribuição mais equitativa dos recursos e a redução dos limites distintivos para o exercício dos direitos das pessoas. Quanto mais o poder e a riqueza se concentram, menor é o número das pessoas que dispõem das condições econômicas, sociais e políticas para dar evidência às suas capacidades mediante altos e regulares padrões de desempenho. Na trilha do conhecimento social, enfatiza-se o desafio da apropriação dos “meios de produção”, na linguagem inicialmente elaborada, no século XIX, por Karl Marx, que, se na primeira elaboração referia-se à infraestrutura econômica, posteriormente passou a ser compreendida em referência a diversas esferas da vida cotidiana, inclusive no que concerne à ciência ou ao chamado “capital simbólico”. Sem poder para dispor dos meios de produção, desempenho e, mais que isso, regularidade de desempenho, é quase sempre uma ficção. Although many people repeat the expression “to want is to be able!” as a mantra, implying that there is room for results obtained from voluntarism, the truth of life in complex societies shows that “to be able is to want!”, which is why, from the most common experience of everyday life for all people, stems from the conviction that it is necessary to decentralize power, to distribute resources more equitably and to reduce the distinctive limits for the exercise of people's rights. The more power and wealth are concentrated, the fewer people who have the economic, social and political conditions to demonstrate their capabilities through high and regular standards of performance. In the path of social knowledge, the challenge of appropriation of the “means of production” is emphasized, in the language initially elaborated, in the 19th century, by Karl Marx, which, if in the first elaboration referred to the economic infrastructure, later became understood in reference to different spheres of everyday life, including science or the so-called “symbolic capital”. Without power to dispose of the means of production, performance and, more than that, regularity of performance, is almost always a fiction