Imagens que não agüentam mais

RESUMO: Neste texto, a autora focaliza a Oficina de Criatividade do Hospital Psiquiátrico São Pedro como um espaço outro, no sentido formulado por Michel Foucault, uma vez que o considera como um lugar heterotópico por força de suas singularidades em relação ao outros lugares relacionados ao manicômio. Nele, se exerce uma certa utopia localizada de fazer ouvir e ver as vozes do inconsciente, a partir de dispositivos expressivos como pincéis, tintas, argila, etc. Em sua trama argumentativa, o conceito de esgotamento, no sentido deleuziano, é utilizado tanto para se referir aos corpos dos pacientes imersos nas forças do Fora, quanto para as próprias imagens produzidas, a respeito das quais não há a preocupação de classificá-las como arte ou não-arte. Imagens como efeitos de um devir-artista do louco, que extrai de suas próprias sensações, as figuras que produz. Palavras-chave: corpo; arte; clínica; imagem. IMAGES THAT CAN’T TAKE IT ANYMORE Abstract: The author considers the São Pedro Psychiatric Hospital Criativity Center as another space in terms of Michel Foucault’s formulations - a heterotopical place by force of its singularities in comparison to the others sections of the institution. A kind of utopia is build by listening and considering the inconscient “voices”, by way of using paintbrushes and clay as expressive means. Deleuze’s concept of depletion is used not only referring to the bodies of the patients immersed in the forces of the outside but also to the own images produced, not worrying if they could be labeled as art or nonart. Images as effects of a “to become artist” of the insane who extracts from his own sensations its resulting figures. Keywords: body; art; clinic; image