Qual o papel dos filogeneticistas na consolidação Saúde Única?

Título: Qual o papel dos filogeneticistas na consolidação Saúde Única? Autores: 1,*Denis Jacob Machado, Ph.D. (ORCiD: 0000-0001-9858-4515); 2Elton Popp Antunes, M.Sc.; 1Giovanna Yumi Scorsim Omura, M.Sc. (ORCiD: 0000-0001-8398-9819); 1Laurel Yohe, Ph.D (ORCiD: 0000-0003-1567-8749). 1University of North Carolina at Charlotte, College of Computing and Informatics, Department of Bioinformatics and Genomics, Charlotte, NC, USA. 2Universidade de São Paulo, Instituto de Biociências, Departamento de Zoologia, São Paulo, SP, Brasil. *Correspondência: dmachado@uncc.edu. Resumo em português: Com a pandemia de COVID-19, inúmeros recursos em epidemiologia genômica foram consolidados para estudar doenças infecciosas emergentes em humanos. No entanto, a maioria dos modelos de saúde humana em 2022 ainda não incorporam os componentes animal e ambiental. A unificação da saúde animal, humana, e ambiental é chamada de Saúde Única (do inglês, "One Health"). Esta abordagem visa equilibrar e otimizar de forma sustentável a saúde interespécies em face das mudanças ambientais. As tecnologias "ômicas" (e.g., genômica, transcriptômica, proteômica e metabolômica) estão entre as principais ferramentas para consolidar a Saúde Única. Estas tecnologias já revolucionaram a obtenção de dados no setor da saúde. Elas também são essenciais para que informações de animais vinculados a eventos zoonóticos possam ser extraídas no campo e de biorrepositórios (incluindo coleções de história natural e museus de zoologia) e disponibilizadas prontamente para pesquisa biomédica. Por exemplo, o sequenciamento de microbiomas e viromas a partir de biorrepositórios com diversidade taxonômica, geográfica e temporal trará perspectivas para caracterizar zoonoses, avaliar o risco de doenças emergentes em humanos, e minimizar as ameaças à saúde pública. Deste modo, um passo essencial para promover a Saúde Única é incentivar biorrepositórios na pesquisa biomédica e integrar tecnologias ômicas para compreensão de sistemas de hospedeiros e patógenos em um ambiente sob constante transformação. Infelizmente, a integração de tecnologias ômicas em Saúde Única ainda não está concretizada, particularmente nos países com maior biodiversidade e risco de zoonoses. Neste trabalho, argumentamos que a filogenética e a biologia evolutiva facilitarão a integração de tecnologias ômicas para concretizar a Saúde Única. Nós também consolidamos uma lista executável e tangível de ações para permitir que biorrepositórios se tornem mais prontamente disponíveis para biomedicina. Em seguida, apresentamos a filogenética como uma ferramenta essencial para fornecer um panorama evolutivo para integração ômica em Saúde Única, utilizando exemplos da análise evolutiva de coronavírus. Por fim, nós advogamos que os filogeneticistas possuem um papel central em fornecer contexto evolutivo para integrar tecnologias ômicas e preencher a lacuna entre a pesquisa básica em biodiversidade e a pesquisa aplicada em doenças infecciosas emergentes. Abstract in English: The COVID-19 pandemic consolidated disparate resources in genomic epidemiology to study emerging infectious diseases (EIDs) in humans. However, human health models do not frequently incorporate animal and environmental components. One Health serves as a unifying approach aiming to sustainably balance and optimize the health of people, animals, and ecosystems. One of the greatest assets in executing the One Health approach is the integration of "omics" technologies (e.g., genomics, transcriptomics, proteomics, and metabolomics) from both the health sector and zoonotic host specimens deposited in natural history collections and museum biorepositories. For example, deep sequencing of the microbiomes and viromes of taxonomically, geographically, and temporally deep biorepository archives of putative host animals will serve as new approaches to characterizing zoonosis, measuring risk assessment, and minimizing threats to public health. An essential step toward furthering the One Health approach is leveraging biorepositories in biomedical research, yet the integration is still lacking, particularly in countries where biodiversity is the richest and the risk of zoonotic transfer is the highest. We argue that phylogenetics and evolutionary biology will facilitate integration and enable the One Health approach to come to fruition. We consolidated (as a checklist) tangible executables that enable museum biorepositories to become more readily available to biomedical research. Next, we present phylogenetics as an essential tool for providing an evolutionary framework for integrated omics in the context of One Health with examples from the evolutionary analysis of coronaviruses. We conclude that phylogeneticists have a central role in providing evolutionary context to different omics technologies and may become an integral asset to bridge the gap between basic research in biodiversity and applied research on EIDs.Palestra de abertura do VI Simpósio de Zoologia Sistemática do Programa de Pós-graduação em Zoologia da UFMG. Hora e data: 15–16 h (BRT), 10 de maio, 2022. Site do evento: https://szsufmg.wixsite.com/vi-szs-ufmg/event-details/vi-simposio-de-zoologia-sistematica (acessado 9 de maio de 2022)