PREVALÊNCIA E SAZONALIDADE DE INFECÇÕES POR ACINETOBACTER SP. EM HOSPITAIS DA CIDADE DO NATAL-RN

O gênero Acinetobacter sp. tem sido cada vez mais reportado como causador de infecções, sobretudo em hospitais, e se destaca por causar infecções graves e ser de difícil tratamento. Compreender a prevalência bem como a sazonalidade das infecções por este patógeno é importante, visto que a partir dessas análises, podem-se estabelecer intervenções de controle de infecção hospitalar. Assim, esse estudo tem como objetivo pesquisar a prevalência e a sazonalidade de infecções por Acinetobacter sp. em hospitais da cidade do Natal-RN. Os dados referentes aos isolados clínicos de Acinetobacter sp. foram colhidos junto ao serviço de Controle de Infecção Hospitalar de quatro hospitais envolvidos no estudo, no período de março de 2013 a março de 2014; enquanto que o perfil de resistência aos antimicrobianos foi realizada pelo nosso grupo de pesquisa. Observou-se que este gênero bacteriano foi o quarto microrganismo mais isolado nesse período. A prevalência de Acinetobacter no hospital A foi de 12,6% com 72 amostras isoladas no período; no hospital B, 4,3%, com 37 amostras ; no hospital C, 9,7%, 20 e no hospital D foi de 4,1%, 26 com uma média de isolamento ao longo do período estudado de 7,6%(±2). A maioria dos isolados, 59,4%, foi detectada nos meses mais quentes. O gênero Acinetobacter foi mais frequentemente isolado a partir de secreção traqueal, hemoculturas e secreção de feridas. As infecções em pacientes do sexo masculino corresponderam a 56,1% (87 isolados). A maioria (58,2%) das amostras recolhidas foram provenientes de pacientes internados em UTIs. A mortalidade foi de 42,7% com a presença de multirresistência observada na maioria (106 ou 68,4%) dos isolados. Os pacientes que tinham 63 anos ou mais, correspondiam à 75%. Esse estudo fornece evidências da prevalência e sazonalidade das infecções por Acinetobacter e pode embasar tanto as estratégias de controle de infecção por essa bactéria, como a política de uso de antimicrobianos, direcionando a terapia empírica