EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR E O JOGO SIMBÓLICO DA PSICOMOTRICIDADE RELACIONAL COM O MATERIAL CAIXA: UM ESTUDO DE CASO

INTRODUÇÃO: A Psicomotricidade Relacional (PR) no âmbito escolar propicia aos alunos um espaço potencializador das habilidades e competências psicomotoras, a comunicação, a aprendizagem e socialização, onde tais vivencias atingem o nível afetivo. OBJETIVO: Interpretar os relatórios espontâneos dos alunos do ensino fundamental II, na aula de Educação Física com a abordagem da PR, numa sessão com o material caixa. MÉTODOS: A presente pesquisa se trata de um estudo de caso de tipo interpretativo, no qual o grupo investigado foi uma turma de 7° ano, com trinta e seis (36) estudantes, da Escola Municipal Professora Terezinha Paulino de Lima. Foi analisada uma (1) aula neste estudo, dentro de um programa com oito (8) aulas, como um desdobramento de um projeto de pesquisa do Programa de Mestrado em Educação Física da UFRN, aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da UFRN, com a seguinte numeração de protocolo CAAE: 53305216.7.0000.5537. Cada aula tinha duração de cinquenta (50) minutos, uma (1) vez por semana. Os procedimentos da aula se davam da seguinte forma: a) ritual de entrada, em que eram apresentadas as regras do jogo (não se machucar, não machucar o outro, brincar somente com os materiais disponíveis na aula, não sair sem a autorização dos professores e falar somente o necessário, se expressando principalmente pelo corpo), b) jogo simbólico, onde ocorria o desenvolvimento do jogo propriamente dito; c) ritual de saída, em que foram discutidos os sentimentos vivenciados na aula e descrito pela vias das representações gráficas no relatório espontâneo. Mediante o que fora vivenciado, foi analisado os relatórios espontâneos dos alunos, preenchidos imediatamente após o término da aula de Educação Física, com a abordagem da PR, com o material caixa. RESULTADOS: Durante a aula, as agressividades pura e simbólica foram muito presentes, no entanto, um dos alunos, ao final da aula, desrespeitou a regra do jogo que se refere a não machucar o outro. Podemos observar nos relatórios espontâneos a indignação dos colegas mediante ao desrespeito com a regra. Nos relatórios espontâneos, o próprio aluno agressor nas suas representações gráficas, mostrou o ato da agressão ao seu colega. Outros colegas demostram indignação com o ato de desrespeito às regras. A aluna de número 29, em sua fala retrata: “A aula foi boa! Pena que desrespeitaram as regras e acabaram machucando um colega. Tirando isso foi boa!”. Outros alunos também expressaram seus relatos sobre a aula. “Gostei porque foi com caixas, gostei muito da aula de hoje”, aluna número 23. Aluna de número 16, no seu relatório espontâneo retrata: “Gostei muito da aula de hoje pois foi muito divertida”. A aluna de número 22, em sua fala relata: Foi muito bom, gostei muito”. CONCLUSÃO: Concluímos que os adolescentes compreenderam e internalizaram as regras do jogo. Considerando que a sessão de caixa foi aula de número seis (6) do programa e que a PR é uma abordagem de predomínio não diretivo, isso é bastante positivo e revela o desenvolvimento da autonomia do brincar do grupo, que não aceitaram o desrespeito a regra e expressaram sua vivência e sua indignação pelas vias das representações gráficas dos relatórios espontâneos