Beleza e conflito: a espiritualidade existencial na poesia de Florbela Espanca em diálogo com Eclesiastes

A poesia de Florbela Espanca é a essência literária da própria existência humana. Há o conflito entre as expressões de religiosidade e as dúvidas e rejeição do mundo religioso. Florbela Espanca expressa na beleza de suas poesias os conflitos originários de uma alma carregada pela angústia, tristeza e dor. Ao lermos Espanca, temos a sensação de adentrarmos no interior da sentimentalidade humana e enxergarmos os cantos obscuros do ser que poucas vezes é exposta. Sem se entregar a um discurso puramente teológico, Espanca vagueia em meios às palavras de cunho religioso e revela a face de um existencialismo que aflora dentro de uma perspectiva quase confessional de alguém que ama a vida, mas que constantemente flertava com a morte. Este trabalho monográfico tenta traçar um diálogo entre a poesia de Florbela Espanca e as nuances do pensamento de uma espiritualidade existencialista