Influência dos fatores projetuais no consumo elétrico para ar condicionado: um estudo de caso em uma habitação popular em clima tropical úmido.

No Brasil, à semelhança do que ocorre no mundo, o consumo energético das edificações corresponde a aproximadamente 50% de toda a energia demandada sendo que metade deste montante destina-se às residências. O crescimento contínuo do déficit habitacional juntamente com o aumento do desconforto causado pelas mudanças climáticas e fenômenos das ilhas de calor tendem a gerar aumento do consumo referente à climatização artificial para suprir esta crescente demanda energética. Em vista disso, o objetivo dessa pesquisa foi quantificar o consumo energético de habitações populares no clima tropical úmido, nas quais o uso de ar condicionado se faz presente. Os dados do consumo elétrico de conjunto habitacional carioca de referência foram coletados por meio de visita in loco e, posteriormente, analisados estaticamente. Os resultados permitiram analisar a influência do mês, andar, direção e localização no bloco em contraste com o consumo elétrico dos apartamentos. Concluiu-se que o andar e o bloco não foram significantes, a direção oeste foi a mais crítica, e nos meses de verão o consumo de eletricidade para arrefecimento aumentou. Desta forma, a avaliação pós-ocupação pode gerar dados de referência que permitem diagnosticar o consumo energético residencial. Como contribuição, o resultado gerado possibilita o desenvolvimento de pesquisas para aprimoramento da eficiência energética de edificações populares. Pode-se, portanto, avaliar o aumento do consumo energético em cenários futuros, considerando as mudanças climáticas, definir estratégias construtivas aplicáveis permitindo adequar a edificação construída ao clima em questão ou mesmo gerar soluções que permitam otimizar a performance energética de edificações semelhantes