O texto discute, a partir da reconstrução parcial do discurso oficial do regime do Estado Novo, utilizando-se como referência as falas públicas de Getúlio Vargas, de que maneira a retórica de tais manifestações entrelaçou autoritarismo e garantia de direitos sociais com o escopo argumentativo de reivindicação da ditadura como uma democracia social sob a tutela personalíssima do seu líder. Investiga-se no artigo, portanto, a construção, por meio do discurso, da concepção de uma cidadania atrelada ao trabalhador, mas sem exercício de liberdades políticas, o que, por si só, não significaria que o regime varguista seria antidemocrático, conforme a própria fala de Vargas. O governo estado novista reivindicou para si o caráter de democrático, não...