Avaliação da Persistência do Desempenho de Fundos Multi-Ativos em Portugal

A avaliação da persistência do desempenho tem sido um importante tópico de investigação, uma vez que pode colocar em causa a teoria de eficiência dos mercados. No entanto, o seu estudo tem-se centrado principalmente nos fundos de ações e obrigações, não sendo encontrados registos de estudos que analisem a persistência de fundos multi-ativos em Portugal. Desta forma, a presente dissertação tem como objetivo principal analisar a persistência dos fundos multi-ativos sediados em Portugal, durante o período de janeiro de 2011 a dezembro de 2020. Relativamente à amostra, esta é constituída por 31 fundos, sendo 27 sobreviventes e 4 não sobreviventes. Quanto à metodologia, primeiramente foi utilizado um modelo de 9 fatores, baseado em Fama e French (2015) e Elton et al. (1995), para avaliar o desempenho dos fundos. Como alguns destes fatores não se afiguraram significativos para explicar as rendibilidades dos fundos em análise, estes foram retirados do modelo, dando origem a uma variante de 6 fatores. De seguida, para analisar a persistência foi utilizada a metodologia dos performance-ranked portfolios. Quanto aos resultados da avaliação de desempenho, há evidência que sugere que os fundos multi-ativos não conseguem superar o mercado, uma vez que apresentam alfas negativos e estatisticamente significativos. Quanto à persistência do desempenho, verifica-se a sua inexistência para horizontes temporais de 6, 12 e 24 meses. Assim sendo, não é possível prever o desempenho futuro de um fundo multi-ativo com base no seu desempenho passado. Deste modo, os investidores não conseguem obter retornos anormais através de estratégias de transação baseadas no desempenho passado deste tipo de fundos de investimento