Lãs ao vento: cotidiano, história e memória na prosa de Arriete Vilela

Busca-se, com este artigo, apresentar e analisar alguns aspectos do primeiro romance produzido pela escritora alagoana Arriete Vilela. O estudo se justifica pela importância da obra desta autora para a literatura, tanto dentro do Estado de Alagoas, quanto no quadro mais amplo da literatura brasileira contemporânea. Pretende-se observar a evocação da vida cotidiana e da história na obra Lãs ao vento. Apesar de não ocorrer a menção direta a fatos da história oficializada, nota-se a presença constante de narrativas fantásticas que envolvem o folclore e a cultura popular, evidenciando uma recorrência contínua aos  temas “história” e “memória” na obra, uma vez que não são somente os acontecimentos perenizados nos livros de “história oficial” que constituem os acontecimentos significativos para a vida de um indivíduo ou de um grupo. A verdadeira história de um povo se constitui, também, de elementos imaginários que modelam a vida desse povo. Objetiva-se, ainda, observar como determinados conflitos sociais, que fazem parte, igualmente, da história humana, são discutidos em Lãs ao vento. A investigação se pautará nos escritos teóricos de estudiosos como Ecléa Bosi, Maurice Halbwachs e Gaston Bachelard, dentre outros