Efetividade da antibioticoterapia combinada de gentamicina, clindamicina e ampicilina no tratamento de pacientes com abscessos tubo-ovarianos

Introdução: A Doença Inflamatória Pélvica (DIP) atinge cerca de 4% das mulheres em idade reprodutiva. Os Abscessos Tubo-Ovarianos (ATO) podem chegar até 33% das pacientes com DIP hospitalizadas. Os esquemas parenterais devem ser de amplo espectro. O Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) vem utilizando o esquema tríplice (ampicilina+gentamicina+clindamicina) há mais de 15 anos nos casos de ATO. Objetivo: Verificar a porcentagem de cura com a combinação terapêutica de gentamicina, clindamicina e ampicilina em pacientes internadas com abscesso tubo-ovariano. Secundariamente, será verificado se existe relação entre valores de leucograma e proteína-C-reativa (PCR) com a presença ou não de ATO. Metodologia: Nesta coorte histórica, foram revisados os casos com CID-10 N70, N71, N72 , N73, N74 entre 13 de abril de 2003 até 31 de dezembro de 2021, atendidos no HCPA. Foram excluídas pacientes sem DIP e sem seguimento. Foram avaliadas as variáveis, presença ou não de ATO, cura, leucograma e PCR. A análise estatística foi descritiva com intervalo de confiança de 95%. A curva ROC foi utilizada para identificar um ponto de corte para identificar ATO. Regressão logística: (Y) variável dependente = cura (X) variável independente, com valores de p ≤ 0,2 (cura vs. não cura). O software utilizado foi o GraphPad Prism versão 8.3.1 para Mac (GraphPad Software, San Diego, California USA). Resultados: Das 568 consultas, 71 pacientes foram excluídas por não terem os critérios de inclusão e 92 consultas estavam relacionadas a mesma internação da mesma paciente. Por fim, foram identificadas 405 pacientes com um episódio de DIP que recebeu de 1 a 4 linhas de tratamento entre 13 de abril de 2003 e 31 de dezembro de 2021 (Figura 1)