A tensão entre a fragilidade da condição humana e o poder dos desígnios da natureza produziu, desde os tempos mais ancestrais, duas importantes dimensões explicativas para a experiência da aventura humana: a ciência e o sonho. A nossa contemporaneidade marca, como se sabe, a crise do sonho (Castoriadis; Bastide) e a celebração da ciência (Fukuyama). Partindo da tese de que a ciência e o sonho são interdependentes, que a dimensão inteligível e a dimensão «maravilhosa» dos fenómenos se confundem num mesmo objecto de investigação e que a relação entre o sujeito e o objecto de estudo pode ser bidireccional, procura-se questionar a supremacia do Homem sobre as realizações da tecnologia. Propõe-se, para o efeito, a análise de três grand...