A pneumónica no norte de Portugal: impacto e medidas

[Excerto] Nos últimos anos, o manto de silêncio que tinha caído sobre a pneumónica, uma das maiores epidemias da história da humanidade, tem sido levantado, graças a estudos realizados para diferentes partes do mundo e no âmbito de várias disciplinas. Historiadores, médicos, sociológicos, psicólogos sociais, entre outros, têm-se interessado pelo estudo e conhecimento da enfermidade nas suas diversas dimensões, bem como pelas razões do mutismo que sobre ela recaiu e que poderá ter resultado, entre outros motivos já invocados, da contiguidade temporal com a I Grande Guerra. Todavia, sabemos que, na Europa, provocou mais mortes do que o conflito bélico. De facto, o mundo conheceu os contornos desta pandemia, que alarmou e afetou a população mundial nos anos de 1918 e 1919, mas sobre as suas origens persiste uma certa indefinição. Há quem defenda a sua origem asiática, atribuindo aos soldados franceses o seu transporte para a Europa; outros sustentam a sua proveniência americana, mais precisamente do Kansas; há ainda quem admita a hipótese europeia