A cruz comparece na arte contemporânea como iconografia persistente: ora de exibição de uma carnalidade sacrificial/ada, ou tão-só como resíduo icónico reutilizável, por exemplo em termos de grelha plástica de marcação corporal ou estrutura de acomodação e assemblage de fragmentos retratísticos. Em todo o caso, a sua permanente ligação ao corpo, icónica, indexal ou metafórica, parece continuar a admitir, até certo ponto, uma leitura religiosa pela via da trans-figuração da carne enquanto "passagem” do biológico (que ainda foi o de Bacon) para uma carnalidade outra: informacional, mediática, pós-humana. O que produz directas interferências não só com as novas questões da bioidentidade, da biopolítica e da bioética, como ainda com as interrog...