Fazendo arte no hospital : um olhar a partir do sistema teórico da afetividade ampliada para crianças em situação de vulnerabilidade física e psicológica

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Helga Loos-Sant’AnaDissertação (mestrado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Educação, Programa de Pós-Graduação em Educação. Defesa : Curitiba, 30/03/2015Inclui referênciasResumo: O foco da presente pesquisa está na busca de compreensão dos processos de desenvolvimento psicológico de crianças e adolescentes hospitalizados, com auxílio de atividades artísticas. Fundamenta-se, principalmente, em premissas do Sistema Teórico da Afetividade Ampliada (STAA). O referido aporte teórico aponta que temos vivenciado crises interacionais de diversos tipos, as quais possuem um papel importante nos processos de adoecimento. Defende, ainda, que a crise que se manifesta por meio da enfermidade pode vir a se tornar, se bem manejada, uma oportunidade significativa de construção de recursos psicológicos para a superação de adversidades. Este processo de construção é explicado pelo STAA com base na proposta de entendimento da dinâmica psíquica que articula quatro fenômenos psicológicos básicos, os quais são constituintes da Célula Psíquica: resiliência, self, identidade e alteridade. Tais instâncias são mobilizadas pela catarse, que é facilmente proporcionada pelo engajamento com a Arte. A fase empírica do estudo foi realizada na Unidade de Internamento de Hemato/Pediatria de um Hospital Universitário localizado no município de Curitiba (PR), com uma amostra de três participantes, sobre os quais foram realizados Estudos de Caso. O objetivo foi coletar indicadores da ocorrência de transformações na Célula Psíquica e buscar demonstrar a articulação de fenômenos psicológicos e fisiológicos na experiência dos participantes com a doença. Comprovou-se a importância da interação de indivíduos enfermos e em crise com figuras que proporcionam apoio (relações de alteridade), tanto em nível humano como instrumental. Indicadores consistentes também foram obtidos acerca da elaboração psíquica (com possibilidades de transformação interna e externa) através da catarse, possibilitando aos indivíduos expandir seus recursos resilientes e reorganizar suas referências sélficas e identitárias, exercitandos novas habilidades e possibilidades vitais.Abstract: The focus of this study lays on the search of comprehension of psychological development processes among hospitalized children and teenagers, with artistic activities assistance. The Theoretical System of Expanded Affectivity (TSEA) is the main foundation of the study. This theoretical contribution points out that humans have been living all sorts of interactional crisis, which contains a major roll regarding sickening processes. However, crisis expressed by illnesses can become, if well managed, an important opportunity for the construction of psychological resources on overcoming adversities. According to TSEA, this construction process depends on the understanding of psychic dynamics, particularly the interdependence involving four basic psychological phenomena encompassed in the Psychic Cell: resilience, self, identity, and alterity. Catharsis provided by the engagement with Arts can strongly mobilize and renovate such psychological processes. The empirical phase of this study took place in a Hematology Pediatric Internment Unity in a University Hospital located in the city of Curitiba (Paraná - Brazil), with a sample of three participants, by means of Case Studies technic. The goal of the empirical phase was to collect indicators of the occurrence of transformations related to the Psychic Cell, establishing some significative links between psychological and physiological phenomena experienced by participants. The importance of relations plenty of alterity with people capable to provide support in such situations was evident, in both human and instrumental levels. Consistent indicators regarding psychic elaboration (conveying intern and extern possibilities of transformation) with benefit of catharsis were also possible to observe. Participants demonstrate capacity of mobilizing resilient resources and reorganizing their self and identity references, exercising new abilities and vital possibilities