A BUSCA PELA PÍLULA DA FELICIDADE

Vivemos em tempos onde a saúde mental virou um tema que vem chamando bastante atenção, as pessoas estão procurando cada vez mais as redes de saúde mental, em busca de um profissional que possa escutar, acolher e curar seu sofrimento, entretanto um dos fatores que pode prejudicar esse processo de “cura” é o imediatismo, pois a maioria das pessoas que procuram a escuta psicológica ou um profissional psiquiatra almeja que os resultados surjam de forma instantânea, o que é um grande equívoco, pois digamos que o paciente que está em sofrimento e faz o uso da medicação, naquele momento em que o fármaco faz efeito ele vai ter um alívio do seu sintoma, porém a raiz do problema, a sua patologia ainda estará ali, pronta para voltar, pois não houve uma elaboração do problema e sim uma contenção do sintoma e que não vai trazer benefícios a longo prazo. Trata-se de um relato de experiência resultante das práticas do estágio profissionalizante I realizadas no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS GERAL DE QUIXADÁ), realizadas de Agosto a Novembro desse ano, onde foi possível fazer uma observação crítica sobre a banalização do uso de psicofármacos, assim como pela tentativa de supressão imediata do sofrimento através do uso de medicamentos, que são percebidos pelos pacientes como verdadeiras “pílulas da felicidade”, e que somente com elas, poderão se recuperar dos conflitos psíquicos. O presente trabalho, apresenta como objetivo primordial discorrer sobre o consumo excessivo de psicotrópicos, buscando compreender os motivos deste fenômeno. Através dos atendimentos realizados durante o estágio, e de observação participante, foi possível constatar que impera, hoje, o apelo emblemático ao prazer, um prazer que não se resume apenas à ausência de sofrimento, mas que há de ser intenso e imediato, e que acaba ocasionando um grave problema de saúde pública: a dependência de psicofármacos. Apesar disso, entre os profissionais da área da saúde, é unânime o reconhecimento de que os psicofármacos são essenciais em diversos tratamentos. As ressalvas são de que os medicamentos não podem ser vistos como uma solução mágica para tratar os transtornos mentais. As sensações de angústia, insegurança, isolamento, desespero, podem ser resolvidas sem a necessidade de substâncias químicas, em grande parte dos casos. Da ordem do necessário está a procura pelo tratamento adequado, aliado a um estilo de vida saudável