Análise da dispersão de ozônio em torno de refinarias: um estudo de caso

O problema da poluição causada por oxidantes fotoquímicos é mundial e se manifesta de forma mais intensa nas grandes cidades e seus arredores a partir de reações entre os óxidos de nitrogênio (NOx) e compostos orgânicos voláteis (COVs), na presença de luz solar. O produto mais abundante da classe dos oxidantes fotoquímicos é normalmente o ozônio, por isso mesmo utilizado como parâmetro indicador da presença de oxidantes fotoquímicos na atmosfera. O ozônio é um poluente secundário e um forte oxidante que dependendo de sua concentração na atmosfera, pode causar danos à saúde humana, aos ecossistemas e aos materiais. No Brasil, a concentração máxima média horária permitida na atmosfera é de 160 μg/m3, de acordo com o estabelecido na Resolução CONAMA 03/1990. Entretanto, as concentrações de ozônio medidas pelo Instituto Estadual do Meio Ambiente (INEA) em locais próximos à Refinaria Duque de Caixas (REDUC) frequentemente ultrapassam este valor máximo. Calcularam-se, no presente trabalho, as concentrações de ozônio na REDUC, com o programa OZIPR. Um modelo de dispersão com uma fonte bidimensional foi utilizado para avaliar a dispersão do ozônio em direção a áreas residenciais próximas à REDUC. Para as concentrações simuladas para a REDUC mostrou-se que a refinaria contribui para o aumento dos níveis do gás nas comunidades vizinhas, sendo este valor calculado apenas com base nas unidades de processo da refinaria. As altas concentrações de ozônio encontradas na região de Duque de Caxias também são provenientes das demais indústrias locais, bem como de fontes móveis como os veículos automotivos, de grande incidência nas vias de acesso locais