EXPRESSÕES DA TEIMOSIA NO CINEMA BRASILEIRO: INTERRUPÇÕES E DESCONTINUIDADES NOS ANOS COLLOR

Os ataques recentes do governo federal ao cinema brasileiro em suas instituições de maior expressão levaram a um novo quadro crí­tico que acarretou a paralização de diversas atividades do setor, da produção à conservação de filmes. Instigado por este momento, este artigo propõe uma reflexão sobre os hiatos que permeiam a história do cinema brasileiro. Se há a compreensão de que o cinema no Brasil se desenvolve em ciclos, apresenta-se uma prospecção sobre o perí­odo entre eles, o que será nomeado aqui "ciclo negativo" . O recorte temporal contemplado pela pesquisa se dá nos primeiros anos da década de 90, entre o final da Embrafilme e o iní­cio da "retomada" . O objeto de análise são três curtas-metragens: Memória (1990), de Roberto Henkin, Pornografia (1992), de Murilo Salles e Sandra Werneck e A fila (1993), de Kátia Maciel. Pretende-se evidenciar, por meio destas obras, caracterí­sticas de uma filmografia que pensa a crise em sua contemporaneidade