CONCEPÇÕES E PRÁTICAS DE PROFESSORES DE MATEMÁTICA SOBRE INCLUSÃO ESCOLAR NO MUNICÍPIO DE TRÊS LAGOAS/MS

Em 2019, ao ingressar no curso de Licenciatura em Matemática, passei a pensar sobre a necessidade de ensinar Matemática a todos os alunos, mostrando que todos são capazes de aprender, segundo a sua capacidade. Após as discussões propostas nas aulas da disciplina Educação Especial, entendi que o meu pensamento tem a ver com a inclusão escolar, que pode ser entendida como o processo que possibilita a participação e a aprendizagem de todos os estudantes na sala de aula comum, conforme nos apresentou Lanuti (2019). A partir dessa disciplina e das minhas experiências pessoais, pude refletir sobre as dificuldades que os professores enfrentam para lidar com o ensino de modo geral, sobretudo quando se trata de alunos com deficiência, transtorno do espectro do autismo ou altas habilidades/superdotação. Essa problemática me trouxe a seguinte pergunta: Como os professores de Matemática da rede estadual de ensino do município de Três Lagoas/MS organizam e desenvolvem o ensino a partir do que entendem por inclusão escolar? Para responder à pergunta, delimitou-se para esta investigação o seguinte objetivo: Analisar como os docentes de Matemática das doze escolas da rede estadual de ensino de Três Lagoas/MS atuam quando se trata da educação inclusiva, a partir de suas concepções. De abordagem qualitativa, a investigação terá como instrumento de coleta de dados um questionário que buscará identificar as concepções docentes sobre a inclusão escolar e o ensino de Matemática e práticas pedagógicas decorrentes. A pesquisa será dividida nas seguintes fases: 1ª - Seleção dos professores. Esta fase já foi realizada. Primeiramente, listamos todas as escolas da rede estadual de ensino do município de Três Lagoas/MS. Depois, selecionamos dois professores por escola, porque acreditamos que essa amostra seja suficiente para termos um panorama do quadro situacional do objeto investigado. 2ª - Envio dos questionários. Esta fase, também já concluída, consistiu na elaboração de um questionário simples - disponibilizado aos professores pela plataforma Google Docs - com questões desenvolvidas pelos próprios autores, as quais buscarão identificar como os docentes comportam-se e desenvolvem suas práticas em uma perspectiva inclusiva. O trabalho encontra-se nessa fase, uma vez que aguardamos todas as respostas para dar início à análise. 3ª - Elaboração de eixos temáticos de análise. A elaboração ocorrerá a partir dos temas recorrentes, identificados nas respostas coletadas. Não serão criados eixos temáticos a priori, pois optamos por trabalhar com eixos emergentes das respostas. 4ª - Análise dos dados coletados. Tal análise dar-se-á a partir do que está proposto na Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (PNEEPEI, MEC, 2008) - documento vigente que apresenta as diretrizes educacionais para o desenvolvimento de um trabalho pedagógico inclusivo. Dentre as referências selecionadas para embasar teoricamente a investigação estão Mantoan (2013), Lanuti (2019) e Brasil (2008; 2015). Esperamos que os dados coletados e a análise realizada com base na legislação vigente tragam contribuições no sentido de apresentar os possíveis problemas relacionados às concepções docentes sobre a inclusão escolar. A Matemática, ainda entendida como uma disciplina “para poucos”, precisa ser desmistificada, tornando-se acessível a todos os alunos, sem distinções. Entender como os professores da disciplina entendem e organizam seu trabalho pode ser o primeiro passo para que isso aconteça