Incidência e envelhecimento por HIV/AIDS: a influência de aspectos espaciais, sociais, individuais e clínicos

Introduction: The HIV edemic is still a public health problem, especially due to its rapid spread in geographic spaces, the possibility of metabolic complications due to its chronicity and reduced life expectancy of individuals who do not use timely treatment. General objective: To evaluate the influence of spatial, social, individual and clinical aspects on the incidence and aging of HIV/aids. Specific objectives: a) Assess the spatial pattern of the HIV/aids incidence index in the State of Alagoas and its association with regional socioeconomic and demographic factors. b) To analyze the association between clinical and immunological factors (HIV-1 viral load, T-CD4 + lymphocyte count and exposure to antiretroviral therapy) with the frailty phenotype in individuals living with HIV/aids. Methods: a) Ecological study; the units of analysis were the municipalities of Alagoas. Cases diagnosed between 2007 and 2016 and registered in the Notifiable Diseases System were included. The Joinpoint model was used to analyze the trend of cases. The incidence rate was smoothed by the local Bayesian method and the Moran index was used to analyze spatial dependence using Terraview. Thematic maps were built by QGis. Spearman's correlation, simple regression model and bivariate Moran Local autocorrelation compared HIV rates with regional socioeconomic indicators. b) Systematic review and meta-analysis carried out in six databases with the terms "HIV", "aids" and "frailty." The phenotype proposed by Fried was considered for the outcome. Nine studies were included in the analysis. Odds Ratio was used as a measure of association; random effects models calculated summary estimates. Results: a) 5454 cases were reported in the State. The average incidence rate was 17.5 per 100,000 inhabitants. Throughout the time frame, there was an increasing and significant linear trend in the diagnosis of infection (APC 2007-2013 = 8.0; p = <0.05), with a greater increase from 2013 (APC 2013-2016 = 29.03; p = <0.05). The Bayesian estimate discriminated a heterogeneity with more municipalities showing high rates and areas of epidemiological transition. Moran's analysis showed spatial dependence between municipalities (p=0.01). There was an association between the unemployment rate and the detection coefficient (p=0.002). The bivariate spatial autocorrelation between the detection rate and the socioeconomic indicators allowed to show the spatial dependence of most variables (p <0.05). The social vulnerability index, illiteracy rate, proportion of low-income people, Gini index, proportion of households with garbage collection, without electricity, without piped water, with male guardians and without education or with incomplete basic level presented negative autocorrelation. b) Data from 7699 individuals were analyzed. There was an association between frailty with LT-CD4 <350 (OR 2.68, 95% CI 1.68–4.62, I² = 46%), detectable CV (OR 1.67, 95% CI 1.34-2 , 08, I² = 0%) and antiretroviral containing protease inhibitor (OR 2.21, 95% CI 1.26-3.89, I = 0%). Conclusions: It is reiterated that the HIV epidemic is due to intersectoral inequalities. Each socioeconomic condition of the studied spaces contributes to the inequities that increase the risk of acquiring the virus, therefore, prevention and control strategies can be established according to each reality. Furthermore, the current available evidence shows an association between the frailty phenotype in patients with HIV infection with a CD4 T cell count <350 cells, detectable viral load and using a treatment regimen containing protease inhibitor. These results may result in developments for research that broaden the view of science to other problems that have emerged due to the chronic condition of HIV infection and include the management of morbidities in this population.Introdução: A epidemia do HIV ainda é um problema de saúde pública, especialmente por sua rápida disseminação em espaços geográficos, possibilidade de complicações metabólicas devido à sua cronicidade e pela redução da expectativa de vida de indivíduos que não recebem tratamento oportuno. Objetivo geral: Avaliar a influência de aspectos espaciais, sociais, individuais e clínicos na incidência e no envelhecimento por HIV/aids. Objetivos específicos: a) Analisar o padrão espacial da incidência de HIV/aids no Estado de Alagoas e sua associação com fatores socioeconômicos e demográficos; b) Analisar a associação entre fatores clínicos e imunológicos (carga viral do HIV, contagem de linfócitos T-CD4+ e exposição à terapia antirretroviral) com o fenótipo de fragilidade em indivíduos que vivem com HIV. Métodos: a) Estudo ecológico; as unidades de análise foram os municípios de Alagoas. Foram incluídos os casos diagnosticados entre 2007 a 2016 e registrados no Sistema de Agravos de Notificação. Utilizou-se o modelo de Joinpoint para análise de tendência dos casos. A taxa de incidência foi suavizada pelo método bayesiano local e empregou-se o índice de Moran para análise de dependência espacial através do Terraview. Mapas temáticos foram construídos pelo QGis. Correlação de Spearman, modelo de regressão simples e autocorrelação de Moran Local bivariada comparou as taxas de HIV com indicadores socioeconômicos. b) Revisão sistemática e metanálise realizada em seis bases de dados com os termos “HIV”, “aids” e “frailty.” Foi considerado o fenótipo proposto por Fried para o desfecho. Nove estudos foram incluídos na análise. Utilizou-se Odds Ratio como medida da associação e modelos de efeitos aleatórios calcularam estimativas resumidas. Resultados: a) Foram notificados 5454 casos em Alagoas. A taxa de incidência média foi de 17,5 por 100.000 habitantes. Houve tendência linear crescente e significativa da incidência (APC 2007-2013=8,0; p=<0,05), com elevação maior a partir de 2013 (APC 2013-2016=29,03; p=<0,05). A estimativa bayesiana discriminou uma heterogeneidade com mais municípios apresentando taxas elevadas e áreas de transição epidemiológica. A análise de Moran mostrou dependência espacial entre os municípios (p=0,01). Houve associação entre a taxa de desemprego e o coeficiente de detecção (p=0,002). A correlação espacial bivariada entre a taxa de incidência e os indicadores socioeconômicos permitiu evidenciar a dependência espacial da maioria das variáveis (p<0,05). O índice de vulnerabilidade social, taxa de analfabetismo, proporção de pessoas de baixa renda, índice de Gini, proporção de domicílios com coleta de lixo, sem energia elétrica, sem água canalizada, com responsáveis do sexo masculino e sem instrução ou com nível fundamental incompleto apresentaram autocorrelação negativa. b) Um total de 7699 indivíduos foram analisados. Houve associação entre o fenótipo de fragilidade com LT-CD4 <350 (OR 2,68, IC 95% 1,68–4,62, I²=46%), CV detectável (OR 1,67, IC 95% 1,34-2,08, I²=0%) e antirretroviral contendo inibidor de protease (OR 2,21, IC 95% 1,26-3,89, I=0%). Conclusões: Reitera-se que a epidemia do HIV tem raízes sociais e intersetoriais. Cada condição socioeconômica dos espaços estudados contribui para as iniquidades que aumentam o risco da aquisição do vírus, portanto, estratégias de prevenção e controle podem ser estabelecidas de acordo com cada realidade. Ademais, as atuais evidências disponíveis mostram uma associação entre o fenótipo de fragilidade em pacientes com infecção pelo HIV com contagem de células T CD4