Associação de hábitos alimentares, atividade física e saúde periodontal em crianças : estudo observacional

Dissertação para obtenção do grau de Mestre no Instituto Universitário Egas MonizIntrodução: As doenças periodontais têm o seu início com a gengivite. Alguns estudos têm confirmado a existência de indivíduos mais suscetíveis aos efeitos da acumulação de placa dentária, como é o caso das crianças obesas que são mais suscetíveis à gengivite, como a interação da dieta na doença periodontal. Objetivo: Avaliar a relação entre o peso corporal, com recurso ao Índice de Massa Corporal (IMC), com os hábitos alimentares e físicos, com os hábitos de higiene oral e com a saúde periodontal em crianças observadas na Clínica Universitária Egas Moniz (CUEM), no Monte da Caparica (Almada, Portugal). Materiais e Métodos: Uma amostra de trinta e uma crianças sistemicamente saudáveis, dos 4 aos 9 anos de idade, foram aleatoriamente selecionadas de Fevereiro a Julho de 2022. A recolha de dados incluiu: dados sociodemográficos, medidas antropométricas, questionários de frequência alimentar, atividade física e hábitos de higiene oral, e características clínicas periodontais (índice de placa [IP], índice gengival [IG], hemorragia à sondagem [HS] e profundidade de sondagem [PS]). Resultados: A maioria era do género masculino (51,9%), entre os 6 e 7 anos (51,8%), nacionalidade portuguesa (81,5%), raça caucasiana (77,8%) e frequentava o pré-escolar ou o 1º ano (66,7%). A maioria da amostra apresentou um IMC abaixo do normal (88,9%), e as crianças com doença periodontal apresentaram valores mais elevados no índice de dieta anti-inflamatória, com IP e IG mais elevado em crianças com uma prática de exercício físico elevada. Conclusão: Os resultados não foram conclusivos para a existência de uma correlação entre os hábitos alimentares, a atividade física e a saúde periodontal em crianças com um IMC normal ou acima do normal, ou seja, em crianças com excesso de peso. Desta forma, será importante realizar novos estudos observacionais capazes de aferir esta associação.Introduction: Periodontal diseases have their onset with gingivitis. Some studies have confirmed the existence of individuals who are more susceptible to the effects of dental plaque accumulation, such as obese children who are more susceptible to gingivitis, such as the interaction of diet in periodontal disease. Objective: To evaluate the relationship between body weight, using the Body Mass Index (BMI), with eating and physical habits, with oral hygiene habits and with periodontal health in children observed at Clínica Universitária Egas Moniz (CUEM), in Monte da Caparica (Almada, Portugal). Materials and Methods: A sample of thirty-one systemically healthy children, aged 4 to 9 years, were randomly selected from February to July 2022. Data collection included: sociodemographic data, anthropometric measurements, questionnaires on food frequency, physical activity, and oral hygiene habits, and periodontal clinical characteristics (plaque index [PI], gingival index [GI], bleeding on probing [HS], and probing depth [PS]). Results: The majority were male (51,9%), with 6 or 7 years old (51,8%), Portuguese (81,5%), Caucasian (77.8%) and attending preschool or 1st grade (66,7%). Most of the sample had a BMI below normal (88.9%), and children with periodontal disease had higher values in the anti-inflammatory diet index, with PI and GI higher in children with a high practice of physical exercise. Conclusion: The results were not conclusive for the existence of a correlation between eating habits, physical activity and periodontal health in children with a normal or above-normal BMI, i.e., in overweight children. Thus, it will be important to conduct further observational studies capable of assessing this association.Introduction : Les maladies parodontales ont pour point de départ une gingivite. Certaines études ont confirmé l'existence d'individus plus sensibles aux effets de l'accumulation de la plaque dentaire, comme les enfants obèses qui sont plus sensibles à la gingivite, comme l'interaction de l'alimentation dans les maladies parodontales. Objectif : Évaluer la relation entre le poids corporel, en utilisant l'indice de masse corporelle (IMC), avec les habitudes alimentaires et physiques, avec les habitudes d'hygiène buccale et avec la santé parodontale chez les enfants observés à la Clínica Universitária Egas Moniz (CUEM), à Monte da Caparica (Almada, Portugal). Matériels et Méthodes : Un échantillon de trente et un enfants en bonne santé systémique, âgés de 4 à 9 ans, a été sélectionné au hasard entre février et juillet 2022. La collecte des données comprenait : des données sociodémographiques, des mesures anthropométriques, des questionnaires sur la fréquence des repas, l'activité physique et les habitudes d'hygiène bucco-dentaire, ainsi que les caractéristiques cliniques parodontales (indice de plaque [IP], indice gingival [IG], saignement au sondage [S] et profondeur de sondage [PS]). Résultats : La majorité d'entre eux étaient de sexe masculin (51,9 %), avaient entre 6 et 7 ans (51,8 %), étaient de nationalité portugaise (81,5 %), de race blanche (77,8 %) et fréquentaient l'école maternelle ou le cours préparatoire (66,7 %). La plupart de l'échantillon avait un IMC inférieur à la normale (88,9 %), et les enfants atteints de maladies parodontales présentaient des valeurs plus élevées de l'indice de régime anti-inflammatoire, l'IP et l'IG étant plus élevés chez les enfants ayant une pratique élevée de l'exercice physique. Conclusion : Les résultats n'ont pas permis de conclure à l'existence d'une corrélation entre les habitudes alimentaires, l'activité physique et la santé parodontale chez les enfants ayant un IMC normal ou supérieur à la normale, c'est-à-dire chez les enfants en surpoids. Il sera donc important de mener d'autres études d'observation capables d'évaluer cette association