La Negritud como Memoria, Revuelta y Solidaridad en Aimé Césaire

Considered one of the most important and characteristic contributions of Caribbean thought, the concept of Negritude is generally translated as a reaction to French colonialism and a glorification of the identity of African cultures and societies. However, since Aimé Césaire presented it, the concept has become internationalised and has not stopped its movement of continuous creation, transforming and expanding its original meaning, which generates many controversies in its interpretation. In order to contribute to the debate on what Negritude would be for Aimé Césaire, in this article we propose to investigate the subject by analysing the author's most important works and interviews through the prism offered by Reinhart Koselleck's History of Concepts. We will examine the meanings given by Césaire from the appearance of the term for the first time in 1935, in his article Nègrerie: jeunesse noire et assimilation, to his 1987 Discourse on Negritude. Césaire presents Negritude as a collective memory, a necessary revolt against European reductionism, an awareness of difference, and fidelity and solidarity. We will see that Césaire's concept of Negritude cannot be understood if it is not related to his criticism of colonialism and that the question of identity must also be linked to his ideas of memory and solidarity. However, more than political ideology, more than identity rhetoric, we will see that in order to understand the complexity and scope of the concept, it is necessary, as Césaire wanted, to consider it from a literary and poetic point of view and as a personal ethic.Considerado uma das contribuições mais importantes e características do pensamento caribenho, o conceito de Negritude é geralmente traduzido como uma reação ao colonialismo francês e uma glorificação da identidade das culturas e sociedades africanas. No entanto, desde que Aimé Césaire o apresentou, o conceito internacionalizou-se e não parou o seu movimento de criação contínua, transformando e expandindo o seu significado original, o que tem gerado muitas controvérsias na sua interpretação. A fim de contribuir para o debate sobre o que seria a Negritude para Aimé Césaire, neste artigo propomos investigar o conceito a partir da análise das obras e entrevistas mais importantes do autor à luz da História dos Conceitos de Reinhart Koselleck. O objetivo é examinar os significados dados por Césaire desde o aparecimento do termo pela primeira vez em 1935, no seu artigo Nègrerie: jeunesse noire et assimilation, até o seu Discurso sobre Negritude de 1987. Césaire apresenta a Negritude como uma memória coletiva, uma revolta necessária contra o reducionismo europeu, uma consciência da diferença, e como fidelidade e solidariedade. Veremos que o conceito de Negritude de Césaire não pode ser compreendido se não for relacionado com sua crítica ao colonialismo e que a questão identitária deve também estar vinculada aos seus conceitos de memória e solidariedade. No entanto, mais do que ideologia política, mais do que retórica identitária, veremos que, para compreender a complexidade e alcance do conceito, é necessário, como queria Césaire, considerá-lo do ponto de vista literário e poético e como uma ética pessoal.Considerada una de las aportaciones más importantes y características del pensamiento caribeño, el concepto de Negritud se traduce generalmente como una reacción al colonialismo francés y una glorificación identitaria de las culturas y sociedades africanas. Sin embargo, desde que Aimé Césaire lo presentó, el concepto se ha internacionalizado y no ha parado su movimiento de creación continua, transformando y ampliando su significado original, lo que genera muchas polémicas en su interpretación. Con el fin de contribuir al debate sobre lo que sería la Negritud para Aimé Césaire, en el presente artículo nos proponemos investigar sobre el tema analizando las obras y entrevistas más importantes del autor a partir del prisma ofrecido por la Historia de los Conceptos de Reinhart Koselleck. Se examinarán los significados dados por Césaire desde la aparición del término por primera vez en 1935, en su artículo Nègrerie: jeunesse noire et assimilation, hasta su Discurso sobre la Negritud de 1987. Césaire presenta la Negritud como memoria colectiva, revuelta necesaria contra el reduccionismo europeo, conciencia de la diferencia, y fidelidad y solidaridad. Veremos que el concepto de Negritud de Césaire no puede entenderse si no está relacionado con su crítica del colonialismo y que la cuestión de la identidad también debe estar vinculada a sus conceptos de memoria y solidaridad. Sin embargo, más que ideología política, más que retórica de la identidad, para comprender la complejidad y el alcance del concepto es necesario, como quería Césaire, considerarlo desde un punto de vista literario y poético y como una ética personal