A tragédia de Dido e sua função na Eneida: The tragedy of Dido and its function in the Aeneid

A millenary tradition of commentators of the Aeneid has demonstrated that Book IV contains elements from many genres other than the epic-heroic, and that Dido’s episode is like a tragedy within an epic. This article’s goal is to bring back into discussion some of the elements that make up Dido’s character and episode, and subsequently address the function of this “tragedy” in the entirety of the poem in terms of generic mixture. The analysis of passages from books I and IV has shown that the representation of Dido’s individual and tragic destiny contributes to the imperialist argument of the Aeneid, in the sense that it reveals the inevitability of the marching of Fate toward the foundation of Rome, against which opposers such as Dido cannot succeed. The concluding session will help to clarify that this interpretation is not incompatible with the so-called “polyphony” of the Aeneid.Uma tradição milenar de comentadores da Eneida demonstrou que o Livro IV contém elementos de outros gêneros que não o épico-heroico e que episódio de Dido é como uma tragédia dentro de uma epopeia. O intuito deste artigo é rediscutir alguns dos elementos trágicos que caracterizam a personagem e o episódio de Dido e posteriormente tratar, em termos de mistura genérica, da função dessa “tragédia” na totalidade do poema. A análise de trechos dos livros I e IV mostrou que a representação do destino individual e trágico de Dido contribui para o argumento imperialista da Eneida no sentido em que revela a inevitabilidade do curso dos Fados em direção à fundação de Roma, contra o qual os opositores, como Dido, não podem obter sucesso. Finalmente, esclarecer-se-á que esta leitura não é incompatível com a assim chamada “polifonia” da Eneida