GUILT AS A REVERSE: THE STATE'S DISRESPONSIBILITY WITH THE VICTIMS OF THE MILITARY DICTATORSHIP IN K. REPORT OF A SEARCH AND VISITORS, BY BERNARDO KUCINSKI

Este trabalho analisa o sentimento de culpa nas obras K. Relato de uma busca (2011) e Os visitantes (2016), de Bernardo Kucinski. O primeiro livro aborda a saga de um pai em busca da filha, Ana Rosa, provavelmente assassinada por torturadores durante a Ditadura Militar (1984-1985) no Brasil. O segundo consiste na revisão de certos pontos de vista apresentados no primeiro texto a partir de leitores que visitam o autor e o interpelam. Nota-se, em diversas passagens dos livros, que o pai sente-se culpado pela morte da filha, enquanto que o Estado age violentamente, inclusive, confessando certos crimes, sem ser punido nem responsabilizado pelos seus atos. Trata-se de livros que promovem reflexão sobre o poder exercido pelo Estado tanto no passado quanto no presente, estimulando, pois, resistência ao autoritarismo. Para o embasamento desta proposta, levam-se em conta pressupostos teóricos de Sigmund Freud, Cathy Caruth, Giorgio Agamben e Márcio Seligmann-Silva.This work analyzes the feeling of guilt in the works K. Relato de uma Busca (2011) and Os visitors (2016), by Bernardo Kucinski. The first book deals with the saga of a father in search of his daughter, Ana Rosa, probably murdered by torturers during the Military Dictatorship (1984-1985) in Brazil. The second consists of reviewing certain points of view presented in the first text from readers who visit the author and question him. It is noted, in several passages of the books, that the father feels guilty for the death of his daughter, while the State acts violently, including confessing certain crimes, without being punished or held accountable for his actions. These are books that promote reflection on the power exercised by the State both in the past and in the present, thus stimulating resistance to authoritarianism. To support this proposal, the theoretical assumptions of Sigmund Freud, Cathy Caruth, Giorgio Agamben and Márcio Seligmann-Silva are taken into account