Resistência a antimicrobianos: Para onde caminhamos?

O meu nome é Raquel Santos e tenho formação em Biologia Molecular e Genética e Medicina Veterinária. A minha linha de investigação é centrada na bacteriologia, com ênfase na resistência a antimicrobianos. Considerando a importância do conceito Uma Só Saúde, tenho investigado a resistência a antimicrobianos em diversas áreas: No ambiente, em medicina veterinária, em higiene e segurança alimentar e em medicina humana. Entre os projectos mais relevantes onde participei, saliento o estudo da doença periodontal canina e da úlcera do pé diabético. A doença periodontal canina é caracterizada pela presença de uma microbiota, cujas características se modificam com o evoluir do estado clínico do animal, capaz de causar graves implicações sistémicas, nomeadamente endocardite bacteriana. A formação de biofilmes resistentes a antibióticos apresentada por esta microbiota conduziu à necessidade de desenvolver terapias alternativas para o seu combate. A úlcera do pé diabético é uma importante consequência da diabetes, doença que afecta milhões de pessoas em todo o mundo. Devido ao ambiente propício, nomeadamente a vasculopatia, a neuropatia e a imunossupressão, a colonização bacteriana nestas úlceras frequentemente evolui para infecção. A microbiota presente nas infecções do pé diabético tende a organizar-se na forma de biofilmes extremamente recalcitrantes à antibioterapia convencional. Neste I Encontro de Investigação da FMV da Universidade Lusófona, pretendo partilhar com os meus colegas o resultado do estudo de péptidos antimicrobianos, bem como dos seus veículos de administração, contra uma colecção de estirpes bacterianas multirresistentes isoladas de canídeos com doença periodontal e de pacientes com úlcera do pé diabético.   Palavras-chave: Biofilme, Doença periodontal, Pé diabético, Péptido antimicrobiano, Resistência antimicrobiana. &nbsp