HENRIQUE V E A MEMÓRIA NAS PEÇAS HISTÓRICAS DE SHAKESPEARE

Shakespeare’s histories stage political events from England’s medieval past. This paper investigates how the histories in general, and Henry V, in particular, relate to the themes of memory, history, and to the invention of a national identity. At least since Ernest Renan, it has been proposed that nationhood does not lie as much in linguistic, ethnic or religious identity as it does in the possession of a collective memory. And memory always entails a particular interpretation of reality. Shakespeare’s histories both engage with Elizabethan conceptions of history and help imagining a collective past by remembering and forgetting historical events. As peças históricas de Shakespeare levam ao palco eventos políticos do passado medieval inglês. Este artigo investiga como as peças históricas em geral, e Henrique V, em particular, lidam com questões da memória, da história e da invenção de uma identidade nacional. Tem-se proposto, ao menos desde Ernest Renan, que a existência de uma nação depende menos de uma identidade linguística, étnica ou religiosa e muito mais da existência de uma memória coletiva – e a memória sempre implica uma determinada interpretação do passado. Ao mesmo tempo em que se relacionam com concepções elisabetanas da história, as peças históricas de Shakespeare ajudam a imaginar um passado coletivo por meio da recordação e do esquecimento de eventos históricos