Percepção de cuidados desproporcionais entre médicos seniores, médicos residentes, enfermeiros e técnicos de enfermagem em um centro de terapia intensiva

INTRODUCTION: Growing use of life-sustaining measures in patients with poor long and middle-term expectation of survival concerns health practitioners with disproportionate care. We aim to report prevalence of perceived inappropriate care among intensive care unit (ICU) staff physicians, training physicians, nurses and nursing auxiliaries in a public Brazilian hospital. METHODS: Cross-sectional study of medical and nursing team at the 34-bed multidisciplinary ICU of a tertiary teaching hospital in southern Brazil from January to July 2019. In total, 151 professionals completed an anonymous electronic survey. RESULTS: Response rate was 49.5%. One-hundred and eighteen (78.1%) respondents pointed out disproportional care in working environment. Both nurses and nurse auxiliaries were less likely than doctors to receive formal training on communication of end-of-life information (10.6% vs 57.6%, p< 0.001). Twenty-nine (28.1%) nurses and nurse auxiliaries versus 4 (0.08%) doctors claimed there was no palliative care deliberations in ICU (p= 0.006). Forty-three out of 48 (89.5%) senior and junior doctors believed collaboration between physicians and nurses was good, whereas 58 out of 103 (56.3%) of nurses and nurses auxiliaries disagreed on that (p< 0.001). CONCLUSIONS: This is the first survey regarding perception of inappropriate care conducted in Latin America, and included junior doctors and nursing auxiliares. Despite being a unicentric population sample, it represents view of health care providers who work at a high complexity medical center in a public health system.INTRODUÇÃO: O aumento progressivo de medidas avançadas para manutenção da vida em pacientes com pouca expectativa de sobrevida gera percepção de cuidado desproporcional. Objetivamos averiguar a prevalência de cuidado desproporcional em equipe médica e enfermagem que atuam na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em um hospital público do Brasil. MATERIAL E MÉTODOS: Estudo transversal envolvendo equipe médica e enfermagem em uma UTI multidisciplinar de 34 leitos de um hospital terciário no sul do Brasil de janeiro a julho de 2019. Ao total 151 profissionais responderam a um questionário eletrônico anônimo. RESULTADOS: A taxa de resposta foi de 49,5%. Cento e dezoito (78,1%) profissionais identificaram cuidado desproporcional no ambiente de trabalho. Enfermeiros e técnicos de enfermagem receberam menos treinamento formal em comunicação de fim de vida do que médicos (10,6% versus 57,6%, p<0,001). Vinte e nove (28,1%) enfermeiros e técnicos de enfermagem e 4 (0,08%) médicos responderam que não havia discussão sobre terminalidade na UTI (p = 0,006). Quarenta e três (89,5%) médicos afirmaram que havia colaboração entre equipe médica e equipe de enfermagem, ao passo que 58 (56,3%) enfermeiros e técnicos de enfermagem discordaram da assertiva (p < 0,001). CONCLUSÕES: Este é o primeiro estudo sobre percepção de cuidado desproporcional conduzido na América Latina, envolvendo residentes e técnicos de enfermagem e um centro de alta complexidade do sistema público de saúde. A vasta maioria dos profissionais percebe a existência de cuidado desproporcional em sua prática diária, independentemente da classe profissional.