Gotham's dark gargoyle: gothic representations in 1980s Batman comics

Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Comunicação e Expressão, Programa de Pós-Graduação em Inglês: Estudos Linguísticos e Literários, Florianópolis, 2019.O presente trabalho discute a possibilidade de uma leitura Gótica de dois quadrinhos do Batman produzidos na década de1980, sendo eles O Cavaleiro das Trevas (1986), produzido por Frank Miller, e A Piada Mortal (1988), roteirizado por Alan Moore e desenhado por Brian Bolland. Pensando o Gótico como uma forma de escrita, utilizando como aporte teórico David Punter e Glennis Byron (The Gothic, 2004) Fred Botting (Gothic, 2005) e Avril Horner e Sue Sloznik (Gothic and the Comic Turn,2005), faço uma leitura sócio-histórica dos quadrinhos elegidos, selecionando elementos que podem ser lidos como Góticos, relacionando-os com a tradição de textos Góticos do final do século XIX e do século XX. Para realizar a discussão divido ela em duas partes, sendo a primeira uma análise do Gótico urbano nas histórias selecionadas do Batman, refletindo acerca dos elementos que podem ser lidos como Góticos, e a segunda uma leitura acerca dos elementos de comicidade e humor em relação ao horror e terror, dentro do conceito de virada cômica (comic turn) de Horner e Sloznik. As discussões apontam para a representação da cidade de Gotham emulando a cidade moderna e suas disputas sociais e atividades criminosas, traçando um paralelo com as ?classes perigosas?, tal qual narrativas Góticas do final do século XIX, como figuras monstruosas, o perigo à espreita que cria a sensação de medo. Ao mesmo tempo, a fragmentação do sujeito e da divisão menos clara entre realidade/ficção nas obras podem ser lidas como parte da pós-modernidade. O papel do herói oscilando entre uma atitude inspiradora e bem intencionada, ainda que antidemocráticos, se utilizando dos poderes estabelecidos como suporte, a polícia, por exemplo, como parte da privatização da violência, do combate ao crime, baseado em padrões morais individuais, sendo comportamentos fascistas, principalmente no Batman de Miller.Abstract : This work discusses the possibility of a Gothic reading of two Batman comics, The Dark Knight Returns (1986), created by Frank Miller, and The Killing Joke (1988), written by Alan Moore and illustrated by Brian Bolland. Thinking Gothic as a form of writing and using David Punter and Glennis Byron?s The Gothic (2004), Fred Botting?s Gothic (2005) and Avril Horner and Sue Sloznik?s Gothic and the Comic Turn (2005) as theoretical framework, I employ a sociohistorical reading of these selected Batman comics, choosing elements that can be read as Gothic, relating them with texts of Gothic tradition from the nineteenth and twentieth centuries. In order to do the discussion I divide it in two parts: in the first one I analyze urban Gothic in the selected Batman stories, discussing elements that can be deemed Gothic; in the second part I do a reading over comic elements and humor and their relation with horror and terror, within Horner and Zlosnik?s concept of ?comic turn?. The discussions pointed out Gotham City?s representation emulating modern city, its social disputes and criminal activities, tracing a parallel with ?dangerous classes?, as in late nineteenth-century Gothic narratives, as monstrous, the danger lurking that creates the feeling of fear. Moreover, the fragmentation of the being and the blurring between reality and fiction can be read as part of postmodernity. The role of the hero oscillates between having a well-meaning and inspiring attitude, although by antidemocratic means, utilizing established powers, such as the police force, and privatizing the violence and crime fighting, based in individual moral codes that, can be deemed fascist, mainly in Miller?s Batman