Estudo dos efeitos e dos mecanismos moleculares subjacentes à exposição a toxicantes em células e tecidos de ratos, bem como em células imortalizadas em cultura

O glifosato, um herbicida não seletivo e de uso sistêmico, é amplamente utilizado na agricultura mundial. Recentemente, a Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC; Lion França) classificou o glifosato como provável carcinógeno para seres humanos, embora poucos estudos tenham avaliado os efeitos do glifosato relacionados ao câncer de mama. Sendo assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar a capacidade citotóxica e proliferativa do glifosato em linhagem celular de câncer de mama. Para isso, células de câncer de mama humano (MCF-7) foram incubadas com Roundup, glifosato e ácido aminometilfosfônico (AMPA), principal metabólito do glifosato, em concentrações que variaram de 10 a 1000 mg/L. Como resultado, observou-se que não houve diferença significativa na viabilidade celular após incubação com o glifosato e AMPA até a concentração de 500 mg/L. Porém, houve uma diminuição significativa na viabilidade celular após incubação com glifosato e AMPA na concentração de 1000 mg/L, enquanto nas células incubadas com Roundup, a diminuição foi observada a partir da concentração de 200 mg/L. Ainda, nos ensaios de 48 h, de modo semelhante, foi observado um maior potencial tóxico do Roundup, com diminuição da viabilidade das células tratadas com Glifosato e AMPA à partir de concentração de 200 mg/L, enquanto nas células tratadas com o Roundup, concentrações a partir de 100 mg/L foram capazes de diminuir a viabilidade. Ainda, no ensaio de proliferação celular, se observou que os tratamentos com Roundup, glifosato e AMPA, durante 48 h, não foram capazes de alterar significativamente a proliferação das células de câncer de mama. Ainda, durante esse período de estágio, elaboramos um artigo de revisão sobre o tema “toxicidade de herbicidas à base de glifosato”, que se encontra em fase de finalização, e em breve será submetido para publicação em uma revista científica Brasileira. Juntos, esses resultados nos contribuem com o entendimento sobre os efeitos do glifosato na saúde humana e podem incentivar outros grupos de pesquisa a estudarem o tema, fornecendo mais subsídios científicos à ação dos órgãos ambientais e reguladores