Avaliação de diferentes níveis de salinidade na recria de tilápia-do-nilo em sistema de bioflocos

Seminário de Iniciação Científica e Tecnológica (SIC) - Universidade Federal de Santa CatarinaO Brasil é o 4ª maior produtor mundial de Oreochromis niloticus (tilápia-do-nilo), que apresenta diversas características desejáveis e importantes para a produção comercial. Por outro lado, são grandes as preocupações com os impactos ambientais que o seu cultivo em sistema convencional pode causar ao meio ambiente, devido ao grande volume de água utilizado nos sistemas convencionais de cultivo. Esse sistema possui diversas vantagens quando comparado ao cultivo convencional. devido às mínimas trocas de água e a tilápia é uma das espécies quem vem sendo estudadas nesse sistema, apresentando bons resultados. Como a tilápia tolera níveis de salinidade em sistemas tradicionais de cultivo, o uso de bioflocos com água salinizada pode ser utilizado para minimizar os efeitos negativos dos resíduos nitrogenados, melhorando o desempenho zootécnico. O estudo teve o objetivo de avaliar o efeito da salinidade na recria da tilápia-do-nilo (Oreochromis niloticus) em sistema de bioflocos com base no desempenho zootécnico, qualidade da água e parâmetros hematológicos. O experimento deve duração de 42 dias e foi conduzido na Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), na unidade de piscicultura (Cedap) de Itajaí (Santa Catarina, Brasil). Foram utilizados 18 tanques com volume útil de 100 L, povoados 40 alevinos de tilápia masculinizados cada, com peso médio de 2,8g. Foi utilizado delineamento casualisado, com seis tratamentos e três repetições. Os tratamentos foram as salinidades de 1 ppt, 5 ppt, 10 ppt, 15 ppt, 20 ppt e 25 ppt. Os peixes foram arraçoados quatro vezes ao dia, seguindo a tabela de alimentação específica para a espécie, com ajustes pelas biometrias semanais. Dentre os parâmetros de qualidade de água, a amônia total foi estatisticamente mais elevada no tratamento 10 ppt e, o nitrito, foi estatisticamente mais elevado no de 25 ppt. Não foi observada diferença na sobrevivência entre os tratamentos 1, 5, 10 e 15 ppt (acima de 99%). A sobrevivência dos tratamentos 20 ppt e 25 ptt foi, respectivamente, de 95% e 83%. O tratamento 1 ptt obteve os melhores resultados de peso médio final (26,39 g), com biomassa final de 10,56 Kg/m3 e conversão alimentar de 1,05. Já os tratamentos 5, 10, 15, e 20 ppt não apresentaram diferença entre os parâmetros de peso médio final, biomassa final e conversão alimentar. O tratamento 25 ppt apresentou resultados inferiores para os mesmos parâmetros. Os resultados demonstram que a recria de O. niloticus em sistema de bioflocos com salinidade é viável em salinidade de até 15 ppt, sem comprometimento dos seus parâmetros. Já nas salinidades de 20 ppt e 25 ptt, mesmo com sobrevivência superior a 80%, a recria de O. niloticus em sistema de bioflocos não é indicada devido ao seu pior desempenho zootécnico