Rituais de interação do docente : arqueologia da reciprocidade ação/reação

Partindo da constatação de que os rituais constituem parte integrante da cultura escolar, o presente trabalho de investigação de natureza interpretativa, teve por finalidade principal elencar e enquadrar o papel dos rituais de interação entre docentes, no contexto escolar, abordando a complexidade da sua operacionalização. No plano científico das Ciências da Educação e na reapropriação do passado pelo legado das reciprocidades vividas de experiências e realidades, com a presente investigação coloca-se como questão norteadora, se os rituais participam na construção identitária do professor, envolvendo a adesão inconsciente a uma ordem simbólica que contribui para a manutenção da identidade cultural da escola, em oposição às formas de eufemismo de grupos de pressão social e estatal. Neste âmbito, procurámos ainda perceber em que medida a dispersão dos campos de atuação desenvolvidos pelo docente por áreas administrativas, influenciam os rituais e/ou interferem nas imagens e expectativas que se formulam a respeito desse docente, influências e/ou interferências essas que levam os atores educativos a agir em conformidade, seguindo ou não a ordem subjetiva ou normativa instituída. A investigação prossegue metodologicamente, colocando a temática em apreciação através da exploração de entrevistas individuais semiestruturadas em profundidade, de acordo com as características de um trabalho predominantemente de tipo qualitativo. Em resultado, interpretámos como os rituais ajudam a comunidade escolar a formar-se, manter-se e negociar os seus conflitos, não obstante as diversas formas de pressão exercidas, dominantes e conformadoras, tendo concluído que os rituais possuem implicação na construção identitária do docente, constituindo-se a partir do agir comum para, por um lado, favorecer a cultura docente e ordem escolar, e por outro, diluir mecanismos identitários de pertença e alteridade, individuais e de grupo. Conquanto os resultados atingidos, elencamos a nossa visão crítica sobre o processo desenvolvido e expomos as limitações que detetámos, alinhando correspondentes sugestões para pesquisas futuras.Starting from the constatation that rituals are an integral part of school culture, the present work of investigation of an interpretative nature, had as main objective to list and frame the role of rituals of interaction between teachers, in the school context, addressing the complexity of their operationalization. At the scientific level of The Educational Sciences and in the reappropriation of the past by the legacy of the lived reciprocities of experiences and realities, this investigation stands as a fundamental question, whether the rituals participate in the identity construction of the teacher, involving unconscious adhering to a symbolic order that contributes to the maintenance of the cultural identity of the school, as opposed to the euphemism forms of social and state pressure groups. In this context, we also tried to understand how the dispersion of the fields of activity developed by the teacher by administrative areas, are influencing the rituals and/or interfering with the images and expectations that are formulated about the of this teacher, influences and/or interferences that lead educational actors to act accordingly, following or not the subjective or normative order instituted. The research continues methodologically, putting the theme under consideration through the exploration of semi-structured and focused individual interviews, according to the characteristics of a predominantly qualitative work. As a result, we interpret how rituals help the school community to maintain and negotiate their conflicts, despite the various forms of pressure exerted, dominant and conforming, having concluded that rituals have implications in the identity construction of teachers, constituting from the common action to, on the one hand, to support the teaching culture and school order, and on the other hand, to dilute identity mechanisms of belonging and otherness, individual and group. As well as the results achieved, we listed our critical view of the process developed and had exposed the limitations we have found, aligning corresponding suggestions for future research