Considerando as Motivações para a Parentalidade e a Adaptação Psicológica à Gravidez na Adoção de Estilos Parentais

Dissertação de Mestrado Integrado em Psicologia apresentada à Faculdade de Psicologia e de Ciências da EducaçãoA importante decisão de ter um filho é moldada por vários fatores biológicos, psicológicos e socioculturais. A subsequente transição para a parentalidade, comumente circunscrita pela gravidez e pós-parto, por envolver crise e reorganização psíquica, pode impulsionar ou neurose, ou regressão e maturação. Embora exista vasta investigaçãosobre a parentalidade e o papel parental, pouco se sabe sobre como as motivações para a parentalidade influenciam os padrões futuros de interações entre pais e filhos. O objetivodo presente estudo de método misto foi considerar as motivações para a parentalidade e a adaptação psicológica à gravidez na posterior adoção de estilos parentais. As hipótesesestabelecidas para o estudo quantitativo foram que as motivações para a parentalidadeemocionais/psicológicas positivas estariam associadas ao estilo parental autoritativo e as motivações para a parentalidade emocionais/psicológicas negativas estariam associadas aos estilos parentais autoritário e permissivo. Uma amostra de 106 mães e 26 pais reportaram as suas motivações para a parentalidade e estilos parentais através da Escala de Motivações para a Parentalidade e o Questionário de Estilos e Dimensões Parentais, respetivamente. Resultados de análises de correlação e regressão revelaram confirmar as hipóteses iniciais. No estudo qualitativo, a análise temática de 9 entrevistas semiestruturadas destacou processos normais na transição para a parentalidade e várias perspetivas emergentes da maternalidade e paternalidade, bem como tendências atuais naeducação dos filhos. Uma análise sinérgica entre os dois tipos de dados sublinhou váriasimplicações clínicas para a intervenção psicológica precoce com pais expectantes oujovens.The important decision to have a child is shaped by several biological, psychological, and sociocultural factors. The subsequent transition to parenthood, commonly circumscribed by pregnancy and postpartum, by involving crisis and psychic reorganization, propelseither neurotic outcomes or regression and growth. Although there’s vast research on parenthood and parenting, little is known about how motivations underlying childbearingimpact later patterns of parent-child interactions. This mixed-method study aimed to consider childbearing motivations and psychological adaptation to pregnancy in later endorsement of parenting styles. The hypotheses set for the quantitative study were that positive emotional/psychological childbearing motivations would be associated withauthoritative parenting and negative emotional/psychological childbearing motivations would be associated with authoritarian and permissive parenting. A sample of 106 mothers and 26 fathers reported their childbearing motivations and parenting styles using the Childbearing Motivations Scale (CMS) and the Parenting Styles and Dimensions Questionnaire – Short Form (PSDQ-SF), respectively. Results from correlation and regression analyses revealed hypothesis-confirming findings. For the qualitative study, theory-driven thematic analysis was used to explore data from 9 semi-structured interviews, highlighting normal processes of transitioning to parenthood and evolvingperspectives of motherhood and fatherhood, as well as current uprearing trends. Synergic analysis of both types of data underlined certain clinical implications for early psychological intervention with expectant and young parents