Cartas do Campo e da Cidade: Luzia no seu jogo de identidades

A obra de Luzia, pseudónimo de Luísa Grande (1875-1945), nunca foi reeditada. Intelectual e figura pública da primeira metade do séc. XX, a autora caiu no esquecimento, partilhando o destino de muitas das suas colegas escritoras. Tendo vivido na Ilha da Madeira, em Portugal Continental, bem como em outros países euro peus, e tendo convivido com pessoas de variadíssimas origens, por vezes em circunstâncias difíceis, Luísa Grande escreveu obras que dão testemunho dos tempos em que foram cons truídas as nossas identidades de hoje. Escolhi para uma análise mais pormenorizada o texto Cartas do Campo e da Cidade (1922), contextualizado por outras obras da e sobre a autora, pois penso que poderá dizer muito sobre “uma língua, várias culturas: transposições e locali zações”, nomeadamente sobre a vida e a escrita de uma modernista. Esta breve comunicação está inserida num projecto mais vasto de reconstrução, caso a caso, do contexto europeu da escrita feminina nos inícios do séc. XX.