Dos livros para crianças e jovens

Para os homens de letras sérios (e de letras sérias) falar sobre livros de que os adultos não são os receptores primeiros pode parecer uma actividade absurda. O que poderá dizer-se de uma produção a que geralmente se atribui um estatuto de menoridade? No entanto, todos nós, quer enquanto pais quer enquanto professores e educadores, fomos já confrontados com a questão "que livros?". Dado o actual panorama editorial com múltiplas colecções que apenas muito dificilmente conseguimos acompanhar - tal é o ritmo de saída de títulos - a par, incongruentemente, da afirmação generalizada de que cada vez se lê menos e se gosta menos de ler, urge sem dúvida uma reflexão em prol do desenvolvimento do gosto de ler, reflexão que não esquecendo as características do público a que se destinam certos livros, deve combinar o interesse pela literatura com conhecimento especializado de psicologia, educação e crítica literária, de modo a servir de auxiliar a pais e educadores em geral.O livro que agora nos reúne assume esta última função, mas também e, afirma-se nele, uma outra não menos importante porque, se calhar, condição para o sucesso daquela: estimular a curiosidade do leitor adulto