MEMÓRIAS E VIVÊNCIAS DE CATADORES E CATADORAS DE RECICLÁVEIS NA REGIÃO METROPOLITANA DE BELO HORIZONTE EM SUAS LUTAS POR TRABALHO, RECONHECIMENTO SOCIOPOLÍTICO E CIDADANIA

O presente artigo discute, à luz dos princípios e valores da economia solidária, a pedagogia do trabalho associado como princípio educativo e analisa vivências e experiências de catadores e catadoras de recicláveis na Região Metropolitana de Belo Horizonte, em suas lutas por trabalho, cidadania e reconhecimento social. Trabalhadores/as desempregados, que não obstante as condições de precariedade em que se encontram - e nesses tempos pandemônicos mais vulnerabilizados ainda -, persistem na busca pelo direito ao trabalho e o direito à cidade. A hipótese/problema que norteou a pesquisa foi o despontar da organização do trabalho de catadores/as de materiais recicláveis no cenário sociopolítico nacional e processos organizativos construídos, tendo como marco temporal os anos 2000–2015. Neste despontar, buscou-se compreender processos mobilizadores e emancipatórios por eles vivenciados, em suas lutas por inclusão socioprodutiva, cidadania e reconhecimento social. A pesquisa foi realizada a partir de ações e intervenções executadas em conjunto com organizações da sociedade civil, gestores públicos e Universidades, tendo como estratégias metodológicas a pesquisa-ação. Além da observação direta e participante, a participação em seminários e reuniões, o diário de campo e registro de informações e observações foram instrumentos valiosos. Os resultados demonstraram o fortalecimento de processos de socialização desses trabalhadores/as e a consciência coletiva enquanto sujeitos de direitos adquiridos no cotidiano de suas lutas por reconhecimento social. Paradoxalmente, apontaram também, as condições de vulnerabilidade em que esses trabalhadores/as se encontram e o desafio de construir novas práticas sociais que reafirmem acesso a direitos e oportunidades, cidadania e reconhecimento social