DA CONSTRUÇÃO À AFIRMAÇÃO DE IDENTIDADES: IMPLICAÇÃO DOS EMPREENDIMENTOS SOLIDÁRIOS COMO UM PROCESSO SOCIAL

Introdução: Atualmente, os trabalhadores da economia solidária enfrentam em seu contexto uma complexidade frente aos processos de autogestão, princípio básico para a busca da sustentabilidade e viabilidade das atividades econômicas que realizam. Nessa perspectiva, é que as políticas de apoio e fomento ao segmento, dão ajuda fundamental, desde a formação para a autogestão quanto o acesso ao capital de crédito – fortalecimento institucional do associativismo e do cooperativismo na cadeia produtiva. Essas ações contribuem para a minimização da precarização que atravessa a história de vida e de trabalho dos associados, potencializando o acesso de inclusão social e de sustentabilidade, possibilitando perspectivas de autonomização e emancipação dos atores envolvidos. Objetivo: Analisar como os empreendimentos solidários contribuem no processo de criação e firmação da identidade de indivíduos cooperados. Método: O estudo caracterizou-se como uma abordagem qualitativa e foi desenvolvido a partir da revisão bibliográfica na base científica da SCIELO no período de 2016 a 2021. Para a busca, foram utilizando os descritores “Afirmação de identidades; Empreendimentos solidários; Processo social”, tendo como critérios de exclusão estudos repetidos; e estudos que não constasse a temática pesquisada no resumo. A análise dos achados se deu pela análise de conteúdo de Bardin, podendo organiza-los em três eixos temáticos: Compreensão e construção da economia solidária; Comportamento dos indivíduos frente as relações sociais; e Paradoxo relacionado ao trabalho associado em empreendimentos solidários. Resultados: Foi possível evidenciar a partir dos estudos, aspectos que observam o processo da economia solidária como uma construção que emerge a partir da ideia de construir uma nova economia no Brasil. Isso denotou que as relações entre indivíduos articulam-se por alternativas como, por exemplo, a formação de grupos organizados por trabalhadores de diferentes contextos socioeconômico, no âmbito urbano e rural. Esses grupos, somam experiências em diferentes práticas de autogestão coletiva, grupos associativos e cooperativas de caráter formal/informal. Neste sentido, o comportamento social do sujeito com relação ao trabalho e as transformações e dificuldades que nelas ocorrem, são discussões e estudos presentes na atualidade, não somente vista pela perspectiva centralizada nos aspectos econômicos, como também amplamente observada nos aspectos subjetivos. Os estudos apontam ainda que o fenômeno da burocracia, está relacionado ao processo de racionalização da sociedade, considerando um período histórico, que demandou mudanças no processo de mediação das relações, uma organização de impessoalidade que constituiu um quadro de administração no parâmetro de dominação racional legal, que se estabelece relações hierarquizada, onde é ocupada por cargos superiores e inferiores, que implicam delimitações de regras, bem como função de mando e obediência, que tem por finalidade regular a conduta e as atividades das pessoas. Conclusão: Este estudo permitiu uma aproximação do pesquisador com as diferentes faces que se apresentam no contexto da temática, permitindo a percepção das subjetividades que se constroem frente aos avanços ou frustrações de políticas que são produtoras ou não, de resultados eficazes para uma condição de desenvolvimento pessoal/social. Evidenciando o caráter acadêmico e científico, o estudo permitiu maior apropriação das discussões acerca da temática, integrando uma nova perspectiva de análise.Palavras-chave: Afirmação de identidades; Empreendimentos solidários; Processo social