COMPORTAMENTO E MOTIVAÇÃO PARA A PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA EM UNIVERSITÁRIOS DA ÁREA DAS CIÊNCIAS DA VIDA E SAÚDE, DURANTE A PANDEMIA DE COVID-19

Introdução: Pessoas relatam dificuldade em se manter fisicamente ativo e de criar o hábito de uma vida saudável e com o episódio da pandemia, essa impermanência na rotina ativa de exercícios físicos, se tornou mais difícil de ser revertida. A prática de atividade física pode ter sofrido influência relacionada à dificuldade na adesão e permanência de parte de população, considerando também aspectos comportamentais e motivacionais. Existem teorias e modelos que buscam compreender melhor os diversos fatores que influenciam os comportamentos relacionados à saúde, uma vez que estes são complexos e multifatoriais. Objetivo: Avaliar a relação entre a motivação e o comportamento para a prática de atividade física em universitários da Área das Ciências da Vida e Saúde, durante a pandemia de COVID-19. Método: Participaram deste estudo universitários matriculados nos cursos da Área das Ciências da Vida e Saúde, da Universidade do Oeste de Santa Catarina. Foi elaborado um instrumento contendo escalas que avaliam as necessidades psicológicas básicas (autonomia, competência e relacionamento), a motivação autodeterminada, o nível de atividade física e os estágios de mudança de comportamento, além de questões sobre a doença do coronavírus. O tempo necessário para completar a pesquisa foi de aproximadamente 15 minutos, com a utilização de um formulário online. Resultados: Participaram deste estudo 178 estudantes universitários, dos cursos da Área das Ciências da Vida e Saúde, com média de idade de 22 anos, sendo 43 homens e 135 mulheres. Foi observada uma diminuição quando comparados os valores em pontos percentuais na prática de atividade física antes da pandemia e atualmente. Mesmo assim, a maior parte dos universitários são, no momento, Insuficientemente Ativos A (n=62), Ativos (n=47) ou Muito Ativos (n=38). Quanto ao perfil motivacional, os participantes apresentam altos valores para as necessidades psicológicas, assim como altos valores de motivação intrínseca e motivação extrínseca por regulação identificada. Estas motivações apresentam características importantes pois quanto mais intrinsecamente motivados, melhor a satisfação para a prática e maior a adesão e permanência. Ao realizar a correlação das variáveis, observou-se correlação fraca entre o nível de atividade física e a motivação intrínseca (r=0,181), a motivação extrínseca identificada (r=0,185) e o índice de autodeterminação (r=0,188). Considerando o Modelo Transteórico de Estágio de Mudança de Comportamento, observou-se que grande parte dos participantes estão no estágio de Manutenção, que indica que a pessoa pratica atividade física regularmente (há pelo menos seis meses). Houve associação (p=0,000) entre os estágios de mudança de comportamento e o nível de atividade física. Conclusão: Os resultados deste estudo podem contribuir no desenvolvimento de evidências empíricas direcionadas a fim de fortalecer as políticas de saúde pública e as orientações sobre a adesão e manutenção de hábitos relacionados à saúde. Apesar da diminuição na prática de atividade física durante a pandemia, os universitários participantes deste estudo, encontram-se entre as classificações de Insuficientemente Ativo A, Ativo e Muito Ativo, em sua maioria. Considerar os perfis motivacionais e os estágios de mudança de comportamento pode favorecer o entendimento dos comportamentos para a prática de atividade física em diferentes contextos