COMO SE ENSINA A CORRIGIR REDAÇÃO NA UNIVERSIDADE: UM ESTUDO DE CASO EM LINGUÍSTICA APLICADA

Corrigir textos é uma prática que faz parte da rotina de professores de Língua Portuguesa. No entanto, geralmente, quando a correção é contemplada em algum componente curricular na formação inicial, o é apenas do ponto de vista teórico e não prático. Tendo em vista a oferta, no curso de Letras de uma universidade pública da Paraíba, de dois componentes curriculares optativos voltados para a prática de correção de textos, realizamos uma pesquisa a fim de investigar os efeitos das atividades propostas nesses componentes na prática corretiva de uma professora de Língua Portuguesa em formação inicial. Trata-se, pois, de uma pesquisa qualitativa, realizada no âmbito da Linguística Aplicada, a qual utiliza elementos tanto da análise documental quanto do estudo de caso. O corpus analisado é composto por 62 documentos que correspondem a atividades realizadas nesses componentes curriculares, incluindo a correção de textos de diversos gêneros. Como fundamentação teórica, no que diz respeito à formação docente, embasamo-nos, principalmente, nos estudos de Nóvoa (1999), Roldão (2001), Perrenoud (2002) e Flores (2010); em relação aos estudos sobre correção de texto, fundamentamo-nos em Serafini (1989) e Ruiz (2010). A partir da análise do corpus, pudemos constatar que o processo de apropriação das metodologias de correção pela colaboradora da pesquisa é complexo e, por conseguinte, não-linear nem previsível, espelhando as características das atividades propostas nos componentes curriculares. Com isso, percebemos que a especularidade e a andaimagem correspondem aos efeitos das atividades propostas nos componentes curriculares na prática de correção da colaboradora. Esses resultados são relevantes, pois apontam para a necessidade de a formação inicial de professores de Língua Portuguesa contemplar o saber prático e não apenas saberes sobre a prática