A prática do psicólogo em contexto escolar: A construção de uma escola inclusiva

Dissertação de Mestrado apresentada no ISPA – Instituto Universitário para obtenção de grau de Mestre na especialidade de Psicologia da EducaçãoA inclusão é prioridade política a nível internacional na sequência do investimento na construção de uma escola para todos, e por isso, responsabilidade de todos os implicados na vida escolar das crianças. O acolhimento de todos e cada um dos alunos nas escolas regulares trouxe novas exigências à prática de todos os profissionais que trabalham em contexto escolar, sobretudo os psicólogos. As exigências da educação inclusiva convergiram em desafios à prática da psicologia nas escolas, porque converteram numa nova prioridade para estes profissionais e implicaram mudanças estruturais no seu trabalho. Este estudo teve como principal objetivo caracterizar as práticas dos psicólogos a trabalhar em contexto escolar. Neste sentido, procurou-se investigar com que frequência os psicólogos mobilizam as práticas consideradas e que eficácia lhes atribuem. Foram consideradas algumas variáveis de análise como o tempo de serviço, a especialidade de formação base e a especialidade reconhecida pela Ordem dos Psicólogos Portugueses e pretendeu-se ainda identificar perfis profissionais em função da frequência de mobilização de práticas de intervenção. O estudo conta com a participação de 464 psicólogos a trabalhar em contexto escolar que responderam ao questionário Práticas dos Psicólogos em Contexto Escolar (PPCE), construído especificamente para este estudo. Os resultados sugerem que, de um modo geral, os psicólogos mobilizam com maior frequência e consideram mais eficazes práticas orientadas para um trabalho com as famílias. Contudo, e tendo em conta as variáveis de análise mencionadas, os resultados apontam para uma maior mobilização e eficácia atribuída de práticas orientadas para o trabalho com as famílias, mas também para o trabalho com os alunos em atendimento individual. O estudo identifica ainda 3 perfis profissionais em função da frequência, sendo que o primeiro mobiliza mais frequentemente práticas orientadas para o trabalho com os alunos em atendimento individual, o segundo mais frequentemente práticas orientadas para o trabalho com as famílias e um terceiro que se divide entre os dois anteriores, o que manifesta um baixo investimento no trabalho com os docentes e equipas educativas das escolas e se traduz num trabalho ineficaz na resposta à educação inclusiva.Inclusive education in schools has become a proheminent topic at the international stage, following the investment in building a school for all. Therefore all school staff are responsible for this development in order to succeed. However, with the inclusion of each and every student in regular schools, new challenges arise for all those involved, especially school psychologists. These psychologists face added challenges as it implies structural changes in their practice and framework. Therefore, the goal of this study is to characterise the psychologists practices in schools environments. To achieve this, we investigated the frequency in which phycologists apply their practices and what efficacy value they attribute to those tools. For the analysis, data as years of experience, core field of expertise, and recognised expertise by the Portuguese Association of Psycology were considered. The study covered 464 subjects working in a school environment. All participants filled the questionaire Práticas dos Psicólogos em Contexto Escolar (PPCE), which was design and tailored for this study. Overall, our results show psycologists tend to apply more frequently and consider more effective practices which are family-oriented. Moreover, it also shows a high tendency to apply and consider effective pratices applied to individual work with students. Furthermore, the study identifies 3 professional profiles, which correlate with frequency of used practices. The first profile relies heavily in practices applied to individual work with students, the second relies heavily in familyoriented practices; and the third which applies equaly both practices. These findings suggest a low effort in the deveopment of a correct framework by school staff. Hence, we can conclude from this study that the work developed in schools in the context of inclusion education is unefective